Plinio é um profissional da área de desenvolvimento de pessoas, com o qual tive o prazer de fazer minha formação – Practitioner em PNL. Profissional extremamente flexível e que sabe lidar com pessoas, como ninguém. Em função dessas qualidades o convidamos para essa entrevista, pois consideramos que vocês leitores irão gostar.
Yara Leal de Carvalho
Mini Currículo – Plínio de Souza
Consultor pessoal e empresarial, Coach com mais de 5.000 horas de prática, Coach executivo certificado pelo European Coaching Association (ECA), Trainer credenciado pela Corporate Coach U, certificado em Coaching pela Metaforum Internacional, certificado em Coaching no Nível de Identidade com Robert Dilts, Trainer em PNL – formado pela International Association of NLP (Alemanha) e pela Society of NLP (EUA), com certificação Internacional em Constelações Sistêmicas, constelador treinado por Bert Hellinger, certificado em Hipnose Clínica e em TLT, Palestrante, Piscoterapeuta e Bacharel em Psicologia. Vice-presidente da UNILUZ – Nazaré Universidade da Luz – Universidade holística dedicada ao desenvolvimento integral do ser humano. Diretor presidente da Ápice Desenvolvimento Humano que presta serviços de consultoria, Coaching executivo e pessoal e realiza treinamentos de desenvolvimento abertos e in company.
Questão de Coaching – Você é Psicólogo e trabalha com a Programação Neurolinguistica já há bastante tempo. Como você chegou ao Processo de Coaching?
Plínio de Souza– Comecei a atuar com a PNL. Minha primeira formação em Coaching foi em 2004. Eu cheguei ao Coaching por ter um grande interesse no desenvolvimento humano e na época estava se falando muito no assunto. Algumas pessoas diziam que a PNL já era um tipo de Coaching, pois as duas ferramentas procuram ter um impacto rápido. Eu fiz uma formação inicial que misturava PNL, Coaching e Constelação Familiar. Esse é o estilo europeu. Não me trouxe muita novidade. Eu já tinha formação em PNL, Constelação Familiar e hipnose. O que tinha de Coaching mesmo, ou seja, foco no futuro era pouca coisa. E a partir desse momento eu comecei a buscar, me interessar e querer saber mais. O que eu percebo de diferença entre o Coaching e outros métodos, é que Coaching possui foco no futuro. É mais no nível de capacidades e comportamentos, menos no nível de crenças. E vai de agora para o futuro, ou seja: Quais as estratégias? O que eu preciso desenvolver daqui para frente? Tenho formação em dois estilos de Coaching e trabalho com ambos. Também ensino Coaching seguindo mais o estilo americano, só com perguntas, ou seja, daqui pra frente: O que você precisa fazer? O que deu certo? A partir dessa reflexão o que você vai fazer até o próximo encontro? Sempre dando suporte e apoio. São perguntas, Coaching é isso. Dá para fazer por telefone. Então, o estilo americano é muito interessante, muito funcional. Exige mais do coachee (cliente), a responsabilidade é dele. É um processo de parceria forte para tirá-lo da zona de conforto. Ele tem um compromisso com o Coach. Mas eu também acho o estilo europeu muito funcional. É um estilo que também pensa no futuro mas se preocupa muito com as barreiras, com o que te impede de chegar lá. No início ele lida com questões de ordem emocional, de bloqueios, de dificuldades que fazem diferença para o coachee alcançar a meta desejada. No estilo americano ele iria descobrir possibilidades de pouco a pouco ir desconstruindo isso por ele mesmo, ou iria em busca de auxílio para ajudá-lo nisso. Um processo de Coaching no estilo europeu bem feito é rápido, sem ficar focando no passado ou investigando. Em tempo de análise, chega no ponto e usa um instrumento adequado, como por exemplo, técnicas de PNL, EFT (Emotional Freedom Techniques), ENDR (técnica usada para tratamento de problemas emocionais), hipnose, constelação familiar, técnicas da psicologia, etc. Então, o estilo europeu competente não está preso a apenas uma ferramenta, ele tem inúmeras ferramentas, e é também o Coaching para frente. As pessoas que fazem um estilo americano, bem feito, se comprometem com uma competência em 10 sessões. O estilo americano é um processo mais longo, pode durar uns seis meses. Em um processo de gerar possibilidades e ações, usando os estilos americano e o europeu misturados é possível obter resultados em menos da metade do tempo. Então eu sou favorável às duas coisas, desde que atenda à situação do cliente. Afinal o cliente quer resultados. As sessões do Coaching podem ser presenciais, por telefone, por Skype.
QC – O que tem levado as pessoas a buscarem o Coaching? Quais são as principais demandas?
Plínio – Não sei se é porque sou especialista, mas tem a questão emocional. Agora pensando no Coaching executivo: de repente o sujeito quer desenvolver mais uma habilidade comercial, quer ter mais poder de influencia, mais empatia, mais vínculo.
QC – Então o Coaching executivo tem um caráter mais forte em desenvolver competências?
Plínio – Estava pensando no Coaching contratado pela empresa. Para avaliar os pontos fortes e os pontos de fraqueza dos trabalhadores. Meu foco é entregar aquilo que o contratante espera. E acabamos podendo entregar outras coisas para o coachee, outros benefícios secundários. Então, se surge alguma questão do cliente questionar a possibilidade dele sair da empresa, eu deixo muito claro que quem me contratou foi a empresa. Estou sendo pago não para ajudá-lo a encontrar outro emprego, e sim para melhorar seu desempenho na empresa.
QC – Fale um pouco sobre o Coaching de carreira.
Plínio – O Coaching de Carreira é um processo diferente. Cada cliente está num ponto diferente. Tem gente completamente perdida, tem gente que descobriu que não quer mais tal carreira e agora não sabe o que fazer, tem gente que vem com dúvida entre duas opções, outros já estão bem mas querem uma ajuda para se realizarem. Nesse Coaching eu trabalho muito no estilo americano. Investigo os valores, o que a pessoa quer, qual o sonho profissional dela. O Coaching de carreira não é só para a pessoa pagar as contas e sobreviver, mas sim a realização pessoal. E a partir disso vamos buscar dos meios que trariam essa realização para ela. Nesse processo a pessoa é levada a pesquisar, investigar, então o Coaching de Carreira fará com que ela descubra o que de fato vai realizá-la e com que ela desenvolva um plano de ação eficiente para chegar ao objetivo. Talvez precise desenvolver competências que lhe faltam. Por exemplo, espontaneidade, se é uma pessoa mais tímida. E também ajudamos a explorar as competências que essa pessoa já tem.
QC – E o Coaching de Vida?
Plínio – É muito simples. Trabalho com uma ferramenta que ajuda a pessoa a avaliar os diferentes aspectos de sua vida, e a partir dessa avaliação a pessoa faz uma análise do quanto ela está realizada em cada uma das áreas da vida. Podemos identificar qual é a área que, quando desenvolvida, fará maior diferença, ou seja, pode alavancar as outras também. O Coaching de Vida fará o coachee pensar qual o seu sonho de vida, qual o “goal” em cada área. Então nesse processo de Coaching o coachee é convidado a transformar sua vida em uma obra de arte. Uma empresa de sucesso é uma empresa bem administrada, uma vida de sucesso é uma vida bem administrada. Eu sempre pergunto: de 0 a 10, quanto você se sente realizado? Depois de ouvir a resposta pergunto: e o que seria o 10 para você? É muito interessante perguntar isso a respeito da área da forma física e da saúde. “O que seria o 10 para você na sua saúde? E na sua forma física?” “Como você quer estar aos 60 anos?”. Se você não pensar nisso e não souber responder significa que qualquer coisa serve. Às vezes a pessoa tem uma espécie de bloqueio em relação a exercício físico, então em cima disso podemos trabalhar até encontrar uma atividade com a qual ela se identifique mais. E também investigamos a origem desse bloqueio, dessa resistência e trabalhamos nisso. Podemos usar Constelação, por exemplo, uma pessoa que teve uma falta de preenchimento de mãe ou de pai. Esse vazio é a origem de muitos viciados em drogas, ou em comidas. Às vezes a pessoa não quer alcançar o 10 em todas as áreas, mas se quiser é possível. O Coach tem que ter muita flexibilidade e ter a mente aberta para várias possibilidades. Às vezes o coachee não se sente a vontade com um determinado estilo de Coaching e o Coach tem que encontrar outras ferramentas que o coachee se identifique mais.
QC – Quando você diz sobre flexibilidade, já começamos a falar um pouco do perfil do Coach. Você acha que ser uma pessoa focada no auto-desenvolvimento e na ampliação dos recursos que ele tem como ferramentas e técnicas é uma característica importante para o Coach? Qual seria o perfil do Coach? As competências mais importantes, etc.
Plínio – Qualquer profissional apaixonado pelo que faz quer continuar aprendendo cada vez mais. O Coach precisa acreditar muito que todo ser humano é um gênio, em grande parte ainda adormecido. O Coach não é uma pessoa que faz consultoria, não é um aconselhador, não é um terapeuta. Ele vai explorar essa sabedoria. Que sabedoria é essa? É uma criatividade infinita, é um poder de raciocínio desenvolvível, e são os talentos que a pessoa tem dentro dela, e todos os recursos disponíveis no ambiente daquela pessoa. Então o Coach faz com que essa pessoa investigue todo o potencial interior e tome ações focadas que farão diferença para atingir a meta. Ser Coach é a arte de ser especialista em todas as especialidades do mundo (risos). Quer dizer, já trabalhei com atletas e empresários. Coaching é uma coisa muito mágica. Outra competência importante do meu ponto de vista é flexibilidade, ou seja, instrumentos variados podem ser úteis para determinados clientes. Outra competência é você saber se colocar no papel de Coach e sair do papel de Coach quando necessário. Eu posso dar dicas, compartilhar algo da minha vida. Duas coisas fundamentais são: estrutura e acolhimento. É importante ter sintonia, afinidade. Ter uma comunicação eficiente é fundamental. Às vezes muito tempo é perdido nas sessões devido ao entendimento errado das questões do coachee.
QC – Se você tivesse que dar um conselho para alguém que vai escolher o Coach, quais são os aspectos mais importantes na hora da escolha?
Plínio – Difícil. Eu sou uma pessoa tão flexível que eu acho que todos os Coaches são bons, cada um tem seus métodos. Até quando o Coaching é mal feito, dá certo. É impressionante. É importante perceber se o Coach fica dando muitos conselhos, se ele fala mais do que ouve. Tem muita gente que usa o termo Coach mas na verdade não é. Pensa que já é um Coach porque leu alguns livros sobre isso. É importante avaliar a capacidade de escuta do Coach e perceber se ele está presente o tempo todo e se ele se interessa por você. Acho também que cada pessoa vai ter o Coach que pode pagar. O preço também é um fator de avaliação. A empatia também é muito importante. Mas não se pode confiar muito na empatia inicial. A empatia é algo que se desenvolve ao longo das sessões. É bom avaliar o quão produtiva foi a sua primeira sessão com cada um dos Coaches. O coachee tem que sair da primeira sessão com a noção de que é possível, e de que o Coach está junto com ele, está sendo pago para isso, e vai ajudá-lo a alcançar suas metas. A responsabilidade é 50/50.
QC – Quais são os resultados? O que o coachee pode esperar? Qual é a efetividade desse processo?
Plínio – Bom, eu não vou falar que os resultados são TODOS, porque se a pessoa quiser ir para lua eu diria que é praticamente impossível (risos). Então é o seguinte: escolha o que você quer. As escolhas fazem com que você alcance o que você mais quer. Escolha. Muitas vezes você está mal porque você precisa mudar. A vida está te pedindo mudanças. Coaching serve para tudo. Serve para o Presidente da República e também serve para uma dona de casa. Não adianta alguém fazer o processo de Coaching por pressão, o cliente precisa querer mudar, precisa estar motivado.
QC – Quais são os valores fundamentais do Coaching? E você acha que a PNL se aplica nesse ponto?
Plínio – Bom, os princípios do Coaching são:
– O “saber” está no Coachee;
– O Coach é um parceiro temporário, ele não pode se tornar um conselheiro eterno, ele deve desenvolver autonomia no cliente, e não dependência;
– O potencial humano é infinito, por exemplo, alguém que já está no topo do topo, com a ajuda do Coach ele pode conseguir ainda mais.
– A prática, a ação, é o que gera aprendizado e mudanças.
QC – Você tem uma definição de Coaching?
Plínio – Coaching é uma parceria estruturada entre um profissional e o coachee/cliente para trabalhar o desenvolvimento do coachee num processo de definição de metas, plano de ação e competências para atingir seus resultados, mesmo que estes sejam considerados impressionantes. E esse “impressionante” varia de pessoa para pessoa. Se for possível para alguém, é possível para mim. Se você acredita que você pode, ou se você acredita que você não pode, em ambos os casos você está certo. Então, acreditar é fundamental. Coaching é a arte de levar o coachee a atingir seus resultados, seus sonhos, mesmo aqueles considerados impressionantes ou quase impossíveis.
QC – O que te motiva hoje como profissional?
Plínio – Hoje eu sou mais supervisor de equipe de Coaches, ministro cursos de formação em Coaching e dou treinamentos. E o que me motiva é expandir, é gerar transformação humana em grande escala. Gerar evolução humana em todos os sentidos. Isso me dá muito prazer, e também uma certa conexão com o que pode se chamar de Deus.
QC – Quando estávamos na recepção vimos um folder sobre Coaching Sexual, você pode falar um pouco sobre esse assunto?
Plínio – Surgiu de um trabalho a partir das experiências do Paulo (coach que trabalha na Ápice), que é um psicólogo especializado em psicologia sexual, e também especializado em corpo, em métodos orientais e também com formação em Coaching e em PNL. E aí juntou as coisas. Ele montou um processo de 20 sessões. Então vamos supor que o homem tem disfunção erétil, ejaculação precoce, ou no caso da mulher vaginismo, dores com a penetração etc. Então são 10 sessões para fazer a pessoa saudável, e mais 10 sessões para chegar na excelência sexual (risos), ou seja, a pessoa vai desfrutar o máximo da sexualidade dela.
Questão de Coaching – Agora vamos finalizar como a Marília Gabriela, qual sua frase de impacto?
Plínio – Tudo é possível. Se for possível para alguém, é possível para mim. Para algo se tornar realidade, tem que ter consistência, tem que estar de acordo com os valores da pessoa. Coaching não é mágica, mas é mágico.
Fotografias de Virginia de Carvalho Feitosa
Excelente entrevista… a coisa de causar autonomia no coachee e jamais dependência é algo que muitos coaches precisam aprender… já fiz vários cursos de coaching e sempre notei uma falta de sensibilidade nesta questão de tornar o cliente AUTÔNOMO, jamais dependente… isso sem contar, cursos que que fiz que tudo paracia terapia em grupo, choradeira por todo lado… realmente, lamentável… que bom que encontro aqui neste espaço profissionais que sabem o que estão fazendo… sucesso sempre!!!
Claudemir
Caludemir,
Essa foi uma das características que mais me cativaram no Plinio, respeitar o aprendizado de cada um e o grau de seriedade com que ele conduz os cursos de Formação em PNL. O foco está no aprendizado das técnicas e não na catarse emocional. Mais uma vez obrigada por suas contribuições! Abrs,
esse cabra eh gente boaaaaaa!
Mauricio,
Concordo totalmente! Bjs
Parabéns pela entrevista e pelo entrevistado!!
Giobert,
Que bom que você está acompanhando! Estou com saudades! Bjs
Uma excelente entrevista em um excelente blog! Parabéns à todos!
Renata,
Que bom que você gostou. O seu feedback é importante. Espero que o Plinio também tenha gostado. Continue conosco! Bjs
Muito esclarecedor. Gostei especialmente quando ele comenta sobre estar sempre se desenvolvendo. Parabéns Yara e ao Plínio.
abraços
Roseli
Roseli,
Obrigada pelo feedback e incentivo. Continue conosco e participe sempre com opiniões e sugestões. Abrs