Tivemos o grande privilégio de entrevistar Claudemir Oliveira, que é presidente e fundador do “Seeds of Dreams Institute“, empresa voltada para a área de Psicologia Positiva, desenvolvendo pessoas e corporações.
Falando um pouco de seu currículo, Claudemir tem mais de 20 anos de experiência, no Brasil e nos Estados Unidos, em marketing, vendas e treinamento, em empresas como American Airlines, United Airlines e The Walt Disney Company (divisão Parks & Resorts) e já treinou mais de 100.000 pessoas.
Hoje ele vive em Orlando, Flórida, e tem mestrado em Psicoterapia pela Stetson University e está fazendo seu doutorado na mesma área com foco em Psicologia Positiva (qualidade de vida pessoal e profissional). Tem especialização em Ludoterapia (Play Therapy) pela University of Central Florida (UCF) e especialização em Terapia do Comportamento Racional Emotivo (Rational Emotive Behavior Therapy), pelo Albert Ellis Institute em Nova Iorque.
Claudemir é membro vitalício da Harvard Medical School PostGraduate Association; é membro da American Association for Marrriage and Family Therapy (AAMFT), American Psychological Association (APA) e International Positive Psychology Association (IPPA).
É autor do premiado filme “Once Not Far From Home”, com Erik Per Sullivan (Malcon in The Middle, Regras da Vida, Infidelidade, etc) e Skye McCole Bartusiak (Patriota, Refém do Silêncio, etc) e autor de artigos publicados no Brasil, Espanha e Estados Unidos.
Claudemir Oliveira é Jornalista pela Escola de Comunicação Social Cásper Líbero, tem duas pós-graduações (Comunicação em Marketing e Comunicação Empresarial) pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), onde também foi professor.
Venha conferir o que ele tem a dizer e a nos ensinar sobre a Psicologia Positiva Relacionada ao Processo de Coaching.
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1- O que é a psicologia positiva?
Psicologia Positiva é uma nova ciência que surgiu na década de 90 com estudiosos das universidades da Pensilvânia e Harvard. Seu maior expoente é Martin Seligman que foi presidente da American Psychological Association. O movimento surgiu durante sua gestão, pois, por décadas, a psicologia tradicional, focou no negativo, nas patologias. Psicologia Positiva muda o foco para potencialidades, sem subestimar também o lado negativo.
2- Na prática, como a psicologia positiva pode ser utilizada no processo de coaching?
Tendo como foco a potencialidade humana, a Psicologia Positiva cai como uma luva dentro do processo de Coaching. A Psicologia Positiva é mais um instrumento que pode ser utilizado no Coaching. Acredito que as pessoas que buscam sair do estado atual para o estado desejado passam por dificuldades, passam por ansiedade, dúvidas etc. Nestes momentos, as técnicas de Psicologia Positiva podem funcionar como catalizador das potencialidades “escondidas” destas pessoas. Meu artigo “O Futuro do Coaching” analisa como a jornada é até mais importante que a saída do estado atual e a chegada ao estado desejado. Neste caminho a ser percorrido, a Psicologia Positiva é como gasolina que temos de ter em um carro para nos levar do ponto A ao ponto B.
3- Que ferramentas da psicologia positiva podem ser utilizadas no processo de coaching para despertar o máximo das potencialidades das pessoas na busca de seus objetivos pessoais e profissionais?
Existem várias, mas vou dar apenas duas. Em quase todas as sessões com meus clientes, eu começo perguntando o que tem dado CERTO durante os últimos dias precedentes a nossa reunião. Só esse foco no que deu certo é suficiente para “inundar” o ambiente com mais potencialidades. Isto não significa que não tocamos no que não deu tão certo. Mas essa energia gerada pelas potencialidades, pelo que deu certo, acaba facilitando o processo de encontrar soluções para o que ainda não deu certo. Outra técnica que uso é enviar cartas para meus clientes parabenizando pelas conquistas que estão ocorrendo durante os nossos encontros. São cartas genéricas que mesmo que uma pessoa estranha a abrisse não teria nenhuma informação confidencial. É algo do tipo “Seu progresso em relação aos dois projetos que falamos no dia tal é fascinante”. Ou “ver sua alegria durante essa caminhada é algo contagiante e quero agradecê-lo por estar do seu lado em momento tão importante de sua carreira”… são coisas simples, mas baseadas todas em estudos científicos da Psicologia Positiva.
4- Na sua percepção e experiência, qual o perfil do Coach ideal? Quais competências um Coach precisa ter?
Acredito que o Coach ideal é aquele que tem mais que um curso de duas semanas. Eu bato muito nessa tecla para poder diferenciar os coaches verdadeiros dos coaches que pensam que o são. Acredito que uma formação universitária é importante e também experiência profissional e pessoal. Coaching para mim é como vinho… quanto mais “experiente” melhor fica. Acredito que pessoas que tenham formação na área de psicologia, Recursos Humanos, Gestão de Pessoas, levam uma pequena vantagem. Para o coaching executivo, nem preciso mencionar que quanto mais sólida tiver sido ou é sua carreria profissional, muito melhor. Por favor, tudo que falo nessa entrevista é generalizado. Podemos ter um coach formado em Química que é melhor que um coach formado em Psicologia, mas consideraria isso uma exceção.
5- A partir de sua experiência nos Estados Unidos, quais as diferenças que você identifica nas demandas entre americanos e brasileiros em relação ao processo de coaching?
Eu tenho o privilégio de fazer coach com brasileiros, alguns latinos e americanos, mas são poucos devido ao meu tempo dedicado ao doutorado e minha empresa. Os americanos diferem em muitas coisas da nossa cultura latina. Os resultados, mais uma vez generalizando, são mais rápidos com os americanos porque são muito focados. Em geral, quando eles “erram” o caminho para o estado desejado, eles imediatamente corrigem e seguem em frente. Vejo na cultura latina um pouco de justificativas quando as coisas não caminham na direção esperada. Isso é um problema grave porque indica, mesmo de forma inconsciente, que a pessoa não aceita que aquilo está ocorrendo. Isso, naturalmente, acaba levando mais tempo até a pessoa entender que precisa mudar e seguir adiante.
6- Nos Estados Unidos, há uma procura maior por coaching de vida ou de carreira?
Minha experiência indica que apesar de buscarem o coaching de carreira, à medida que o processo continua, o coaching de vida acaba prevalecendo. No que chamo de “jornada” eles percebem que a correria em busca do profissional está deixando em segundo plano seu lado de vida. Óbvio que quando entramos nessa área, precisamos ser bem sensíveis para que, de repente, uma sessão de coaching, não vire terapia. Este é outro ponto que sou muito duro com muitos picaretas (perdão pela palavra) que tenho encontrado no meio dos coaches. Pessoas que usam da fragilidade psicológica de um cliente para mexer onde ele não tem competência. Coaching é um processo totalmente racional mesmo quando ocorrem momentos emocionais. A questão está em saber a diferença.
7- Muita gente inteligente e talentosa não consegue ter um bom relacionamento interpessoal, prejudicando-se profissionalmente. Como você exploraria as potencialidades desta pessoa para o sucesso profissional?
Pergunta muito interessante. Durante o processo de coaching de uma pessoa nesse perfil, o coach precisa ter ferramentas para descobrir onde estão essas potencialidades relacionadas com relacionamento interpessoal. Às vezes, é uma característica de personalidade e temos de saber quando é algo que pode ser desenvolvido rapidamente ou lentamente. Dependendo da situação, um coach pode, sem nenhum problema, admitir que não tem as ferramentas específicas para certos casos e redireciona o cliente para profissionais específicos.
8- Qual seria uma frase de impacto que você gostaria de deixar para os leitores do Blog?
Pense, sim, no estado desejado, mas a jornada é muito mais importante. A jornada você tem certo controle. Seu controle sobre o destino é quase ZERO do ponto de vista que somos mortais.
9- Que mensagem você gostaria de deixar para os Coaches no Brasil?
Estudem, façam muitos cursos, estudem mais um pouquinho, façam mais cursos e, por favor, não levem a sério picaretas que falam que curam depressão, ansiedade, medo e que cura câncer. Isto não é coaching. O coaching é maravilhoso, mas ainda está longe de fazer milagres como multiplicar pães e andar sobre água.
Claudemir, é uma honra tê-lo em nosso blog!! Obrigado pela força e aprendizado que tem proporcionado não só a nós do blog como a nossos leitores!!
Forte abraço!
Obrigado pela publicação. Forte abraço a todos!!!!
Claudemir
Muito bom mesmo, partir dos aspectos positivos trabalha a auto-estima de quem ouve, o faz perceber suas potencialidades o que torna mais leve a jornada da mudança com relação aos pontos negativos e em desenvolvimento.
oi Pati, com certeza faz toda a diferença olharmos o copo “meio cheio” e o Claudemir é um especialista no assunto. É uma pessoa que busca sempre o melhor e as potencialidades no indivíduo. Obrigada pela participação e seja bem vinda!
Muito boa sua matéria! Estou vivendo um momento pós carreira , atuei 30 anos na área financeira e hoje aposentada busco aplicar minhas competências e habilidades em novas oportunidades que estão surgindo. Conclui recentemente o treinamento coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching e esta matéria me auxilia na busca por maiores conhecimentos para praticar a metodologia e processo. Muito obrigada por sua contribuição.
Joana, que bom que o conteúdo do post foi útil para você. Temos outras matérias sobre o tema, como por exemplo: A história do Coaching, Coaching nas empresas – dê uma olhada.. Continue conosco pois o nosso foco é o desenvolvimento humano, que é a matéria prima do Coaching. Abrs