Eu sou um profissional de área técnica. Sou formado em engenharia eletrônica e atualmente projeto e desenvolvo softwares especiais além de dar aulas em faculdades. Já tenho mais de 30 anos de experiência profissional e ao longo deste tempo fui acumulando, além de conhecimento técnico, uma coletânea de casos observados de como os profissionais se comportam.
Embora eu não seja profissional da área de recursos humanos, o bom entendimento do comportamento humano é fundamental para que os trabalhos fluam de forma harmônica, pois todo trabalho, puramente técnico que seja, foi encomendado por alguém, será utilizado por alguém e eventualmente este trabalho será desenvolvido junto com outras pessoas.
Podemos dizer, com boa dose de certeza, que a maioria das pessoas tem a consciência de que os nossos trabalhos irão fluir melhor se as pessoas com quem temos de nos relacionar gostarem de nós. A pessoa estimada é sempre lembrada e convidada a participar de atividades importantes, de forma que podemos deduzir que investir nos relacionamentos é um dos melhores investimentos que um profissional pode fazer para a sua carreira.
Por outro lado existe a questão da competência técnica relacionada ao trabalho proposto. O profissional mais competente tem melhores condições de apresentar melhores resultados, o que dará mais satisfação ao seu cliente.
Observa-se, no entanto, que muitos profissionais investem demasiado na questão do “ser simpático” para agradar o cliente. Preocupam-se em satisfazer os desejos do cliente, trazem lembrancinhas, treinam contar anedotas, em fim, são os verdadeiros profissionais sedutores. Do outro lado estão os resolvedores, aqueles que focam no problema a ser resolvido e não se preocupam muito em fazer agrados a ninguém.
Ora, no extremo da “sedução”, encontramos aquele profissional que a princípio encanta todo mundo com seu jeito simpático, eloquente, carismático, mas ao longo do tempo acaba por perder a credibilidade pois não apresenta resultados que dêem soluções efetivas ao seu cliente. No extremo da “solução” temos aquele profissional que resolve de fato o que tem que ser resolvido mas que acaba sendo visto como pessoa antipática. O solucionador extremo muitas vezes acaba nem sendo bem compreendido pelo cliente pois ele não se preocupa em saber quais são as dúvidas e angústias do cliente, acaba conversando pouco e dá uma solução que às vezes nem é a mais adequada ao contexto cultural e psicológico do ambiente da empresa cliente.
O ideal é que se consiga, como dizia o venerável Sidartha Gautama (Buda, o Iluminado), adotar o caminho do meio. Ter características resolvedoras e características sedutoras. Algumas pessoas são mais uma coisa do que outra e um pequeno desbalanceamento para um lado ou para o outro não irá enterrar a carreira de ninguém, mas atenção quando este desbalanceamento for muito acentuado. Lembre-se de que as pessoas gostam de ser atendidas por alguém agradável e que resolva o problema.
O que vocês internautas pensam sobre isso? Me enviem suas reflexões sobre o tema…
Abraços,
Marcio Porto Feitosa
www.asdp.com.br
Marcio,
Fiquei muito contente ao ler seu texto! Fantástico! Já tínhamos conversado sobre isso em outra oportunidade e já havia pensado sobre essa questão, mas você deu nome aos bois: sedutor e solucionador!
E o Caminho do Meio no budismo é exatamente fugir dos extremos, muitas vezes confundido com ser omisso. Há uma grande diferença em ser equilibrado conscientemente e agir sobre o que acontece, e ser omisso na situação.
Forte abraço!
Muito bom o texto!
Que bom que você gostou. Vou transmitir ao autor! Abrs e grata pela presença!