Rafael Moliterno Neto, 55 anos, é formado pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos e tem como especialidade otorrinolaringologia. É pós-graduado em Gestão Empresarial, com MBA em Marketing de Serviços pela Faculdade de Economia e Administração, pela Universidade de São Paulo, e MBA em Seguros pela Fundação Getúlio Vargas e Funenseg.
Foi presidente da Associação Médica de Americana. No Sistema Unimed, foi presidente da Unimed Bandeirantes – Federação de Cooperativas de São Paulo. Também foi diretor de relações internacionais da Unimed do Brasil, presidente da Unimed Tecnologia e diretor de desenvolvimento da Fundação Unimed.
Hoje, é diretor-presidente da Seguros Unimed e presidente da Unimed Santa Bárbara D’Oeste e Americana pela quarta gestão.
1- Na sua opinião, quais as competências necessárias para um líder de equipes?
RM – Saber lidar com pessoas é muito importante. Quem está à frente de uma grande empresa sabe que o bom trabalho depende de todo o time.
2- Como você espera que a nova geração de líderes reaja a um sistema movido por resultados, trabalho em equipe e melhoria de processos?
RM – Olhando assim, é tudo isso. De certa forma o líder tem que olhar para esses sistemas com o mesmo grau de importância. Mas acredito também que os jovens líderes acharão novas fórmulas de convivência, de conexões. E não vai demorar muito tempo, pois a chamada geração Y, cada vez mais, já está ocupando cargos de liderança em uma era em que é preciso inovar constantemente para manter-se competitivo. Acredito nessa nova geração. Nós na Seguros Unimed estamos desenvolvendo programa específicos para esse perfil de colaborador.
3-Qual a sua expectativa com o trabalho de Coaching implantado recentemente na Unimed?
RM – Muito positiva. Começamos esse processo na Seguros Unimed pela Diretoria Executiva. Agora estamos finalizando com o grupo de Superintendentes. Entramos nesse processo, por uma razão importante: criamos um planejamento estratégico para 2020. Temos metas bem claras e uma delas é ser reconhecida como uma empresa que cuida de pessoas (internamente e externamente). O Coaching é um dos passos importantes da agenda de Gestão de Pessoas. Após ele, estamos elaborando encontros para team building. Não vamos parar por aí. Há muito mais para 2012.
4-Para que níveis da organização o processo de Coaching, foi implantado?
RM – Diretoria Executiva e Superintendentes. Começamos com a Diretoria Executiva por duas razões: o processo em si e o efeito demonstração. Foi muito bom.
5-Na sua opinião, de que maneira os lideres podem se beneficiar com o processo de Coaching?
RM – Costumo dizer que no mínimo saem deste processo conhecendo um pouco mais sobre si próprios. Obviamente temos outros ganhos principalmente voltados aos skills direcionados à liderança de pessoas.
6-Houve algum tipo de resistência durante a implantação do processo de coaching?
RM – Não. Acredito que o efeito demonstração tenha dado resultado.
7-Já deu tempo para observar resultados do programa de Coaching? Quais são?
RM – Na Diretoria Executiva foi muito bom. Com os Superintendentes ainda estamos analisando, mas o feedback tem sido muito favorável. Porém, importante é que o Coaching pertence à uma estratégia de Gestão de Pessoas. Isso sim é que vamos analisar no final do ano.
8-Com a realidade das grandes redes integradas do sistema de saúde em hospitais e consultórios médicos, que tipo de desafio as lideranças enfrentam?
RM – Voltarei a primeira resposta. Temos que gostar de lidar com pessoas. Entender suas necessidades e torná-las possível. A nossa atividade é muito sensível a isso.
9 – O senhor começou a carreira como médico e hoje concilia a gestão administrativa com o atendimento clínico. Como vê essa mudança de papéis e quais foram os desafios durante esse caminho?
RM – Acho que não mudei de papel. Só somei à minha atividade mais uma que é a de administrar em grande escala. Sou medido e continuo clinicando, faço plantões. O que muda nesta rotina é a minha presença no Sistema Unimed que, para me capacitar, fui me especializar em Marketing e Administração. São matérias pouco usuais para um cv de um médico. Gosto de aprender. O aprendizado é constante e prazeroso.
10 – O jovem recém formado se especializa e tempos depois passa a desempenhar cargos de liderança quase sem nenhum preparo de gestão de pessoas e/ou processos. Como o senhor vê essa transição de carreira e quais alternativas considera eficazes no processo?
RM – Qualquer mudança gera um desconforto. Neste caso não é diferente. Não vejo grandes alterações por serem jovens. Temos que acompanhar todos os que estão mudando, jovens ou não.
11 – Que mensagem gostaria de deixar para os leitores do Blog?
RM – Primeiro para que as pessoas se aprofundem no tema Coaching. É importante pelo o que representa nas corporações. Segundo é que mesmo havendo diferença entre gerações, algumas das ferramentas que usamos ainda são universais e podem ser aplicadas para qualquer profissional, seja qual for a sua idade.
Uma perspectiva de um profissional que faz pensar a importância de desempenhar outras funções (além daquela da formação de origem), bem como de analisar o coaching trazendo resultado para a vida pessoal e profissional dos indivíduos.
Parabéns!
Isso mesmo Ricardo. é bom ver que, na prática, o processo de Coaching vem trazendo resultodos. Obrigada!
Aos nossos queridos leitores que acessarem essa entrevista, infelizmente recebemos a notícia que Dr. Rafael Moliterno Neto veio a falecer sábado último, dia 15 de Agosto, aos 60 anos de idade e devido a um câncer na garganta. Dr. Rafael deixa mulher e três filhas, uma história brilhante como médico e gestor na região de Americana pela Unimed. Nossos sentimentos e apoio à família.
Equipe Questão de Coaching