Tivemos contato com esse texto de autoria de Carmen Corta que tem mais de 20 anos de experiência em psicologia clínica, formação em psicanálise, especialização em dependência química pela USP e UNIFESP e consideramos que é um assunto em que o processo de Coaching pode contribuir, ajudando a família a definir as diretrizes para a educação dos filhos e quais são as regras de funcionamento desse núcleo social.
Esperamos que gostem do texto, lá vai!
Já dizia Renato Russo em “Pais e Filhos”. No dicionário, colo significa “lugar onde se acha conforto e descanso; tratar com carinho e desvelo; tratar como filho preferido, amado”.
A criança é especialista em conseguir o colo. Sempre consegue o colo que deseja: chorando, sorrindo, olhando nos olhos, abrindo e erguendo os bracinhos em direção a quem pode lhe dar o desejado colo.
Vamos relembrar uma cena infantil, entre dar e receber colo… É uma cena irresistível, encantadora…
O que acontece na comunicação entre pais e filhos é que, com o passar dos anos, ocorrem excessos de “colo material” ou falta de “colo afetivo”, bem como surge o desafio cada vez maior de moderação entre um e outro.
Oferecer colo na sociedade contemporânea virou sinônimo de oferecer o último aparelho tecnológico (brinquedo, videogame, televisão LCD, computador); oferecer um passeio ao shopping; oferecer guloseimas; ou seja, colo através de algum bem de consumo.
No lugar do “colo”, a tendência é o surgir de uma relação através de objetos para satisfazer desejos e suprir carências.
Outro desafio hoje, para os pais, é cuidar com responsabilidade da criança, que precisa viver com um estilo de vida saudável, num mundo com crescente dificuldade em relação à obesidade, problemas de comportamento, drogas, gravidez na adolescência, criminalidade, depressão, problemas emocionais, fracasso escolar, acidentes, violência, entre outros. A responsabilidade de garantir o desenvolvimento saudável da criança é, e sempre será de sua família.
Toda criança nasce em situação de dependência e cabe ao adulto a tarefa de acolher, oferecer amor, bem como os cuidados básicos necessários para sua sobrevivência e educação.
Eis que surge a questão:
• O que é ser um bom pai ou mãe?
Ser um bom pai é satisfazer todos os desejos dos filhos e dar ou comprar tudo melhor ou mais novo? Ou ser um bom pai é oferecer colo nos momentos difíceis, alento nos momentos de frustrações e dores, saber dizer o devido não e buscar estabelecer regras que preparem o filho para a vida?
Não existe resposta certa para isso. Uma vez que as crianças estão cruzando a fronteira entre o mundo infantil e o mundo adulto cada vez mais cedo, o que se observa nos comportamentos precoces e desafiadores. Aos pais cabe a tarefa, ao mesmo tempo difícil, desafiadora e não menos prazerosa, de prepará-los ainda na infância para o mundo. Para isso fica o alerta: o que a criança mais precisa é o equilíbrio entre dar e negar, quando necessário. E o melhor lugar para encontrar esse equilíbrio é o colo de sua família.
Abraços,
Carmen Costa
Um grande desafio hoje…educar os filhos. Os aparelhos da “moda” faz com que os jovens queiram estar ligados, e os pais muitas vezes não sabem dizer não. O que eu percebo é que a geração que está se inserindo no mercado de trabalho vem com uma uma capacidade enorme de querer realizar as coisas, mas tem baixo (alguns casos) potencial de superar os erros. Acredito que devemos dar mais atenção à família…por nós e pela sociedade.
Grande Abraço!