Ultimamente tenho refletido bastante sobre o papel das convicções em nossa vida. Ter certeza sobre as coisas é algo benéfico ou impõe restrições em nossa forma de olhar o mundo? Eis a questão!
As certezas nos fazem caminhar por estradas já conhecidas, evitando qualquer atalho, pois um atalho significa algo incerto, desconhecido e potencialmente perigoso, mas por outro lado pode nos reservar ótimas surpresas.
Ser convicto sobre algo nos traz a segurança de saber qual é o melhor trajeto, não existem dúvidas, isso é certo e todo o resto é errado. Quando estamos convictos de alguma coisa, estamos afirmando que temos absoluta certeza de que aquilo é correto.
As ideologias e religiões são exemplos típicos de crenças que se estabelecem em nossas mentes pelo princípio da fé, ou seja, no acreditar sem questionar. Acreditar dá um certo conforto, facilita a vida, divide as coisas entre o certo e o errado. Então me desgasto menos, penso menos e sou mais autômato. Mas então ter uma religião é automaticamente um limitador para a vida das pessoas? Acredito que não, quando a pessoa mantiver a capacidade critica, de aceitar algumas coisas e não concordar com outras. Mas a partir do momento em que houver dogmatismo, acredito que isso será um fator limitante para a vida do individuo.
As certezas são como a terra improdutiva, tudo que podia nascer dali já floresceu e as dúvidas e questionamentos são como terra adubada, depois da chuva, existe todo um potencial de produtividade – as possibilidades são amplas!
Roberto Crema em sua obra – Pedagogia Iniciática – expõe a seguinte ideia: “Uma pessoa que recita uma ideologia cega a uma teoria ou método, é um ser estupidificado, totalmente previsível e vitima de suas próprias rotinas automáticas. Nessa via viciada e restrita, seguimos os trilhos e perdemos as trilhas. Morre o criador, vegeta a criatura, na carência de inovação, criatividade e originalidade.”
Penso que é saudável ampliar as opções e não restringi-las. Quanto mais possibilidades enxergamos, melhor podemos fazer escolhas. Portanto que sejam bem vindas às perguntas, as dúvidas e os questionamentos, pois tudo isso só vai engrandecer nossa vida.
É claro que uma vida cheia de certezas e caminhos únicos pode nos levar a cometer erros por falta de visão ampla, mas por outro lado uma vida sem nenhuma convicção pode nos levar a inação e isso também não é nada bom. Então como já dizia Buda – “ Vamos adotar o caminho do meio”.
“Ter opiniões é estar vendido a si mesmo. Não ter opiniões é existir. Ter todas as opiniões é ser poeta.”
Fernando Pessoa
Durante um processo de Coaching, a ferramenta mais poderosa utilizada pelo Coach são as perguntas, elas ajudam o cliente a enxergar novos ângulos para uma mesma situação e, portanto as perguntas nos despertam para aquilo que não sabemos. Perguntar é um convite à aventura, a uma viagem de descobrimento. É uma das formas para chegar ao desconhecido.
Ai vão quatro perguntas para ampliar perspectivas:
Pense nisso e compartilhe conosco!
Abraços,
Eu penso que as convicções representam os trilhos por onde nos deslocamos, por outro lado estabelecem limites que nos prendem. Questionar esses limites, ou essas regras, pode ser desconfortável e inseguro e levar a conclusões indesejadas. Combater e destruir quem nos questiona é uma das soluções para presenvar nosso mundo de convicções. Também penso que questionar e agir não são atividades concomitantes. Enquanto há questionamento não há ação. Para agir é necessário certeza (mesmo que errada) de que algo vai dar certo ou que vai dar errado. Penso também que a certeza é um limite do conhecimento. Certeza pode ser… Read more »
Ma, ótimas reflexões, você sempre filosofando!!!
Que bom que também gosta de ampliar as possibilidades. Grata pelo comentário e presença constante! Bjs