Meus caros amigos, eu sou obcecado por Olimpíadas! Acordo cedo, de madrugada, assisto tudo que posso, me emociono com as histórias de superação. Essa paixão nasceu aos oito anos, Olimpíadas de Seul 1988. Nós gravávamos a festa de abertura, encerramento e provas de natação…e depois assistia mil vezes, ia treinar e tentava “modelar” meus ídolos! Como era garoto não tinha a noção clara do que fazia, mas identificava meu estado atual, determinava o estado desejado (um pouco elevado demais para as capacidades de uma criança de oito anos de idade) e não tinha exatamente um plano de ação, porém, me colocava imediatamente em movimento.
O esporte naturalmente tem uma estrutura que o coaching oferece: determinação de estado atual, desejado e plano de ação. Os técnicos e preparadores físicos possuem essa visão bem clara, eles são os responsáveis por grande parte do planejamento dos atletas. Um ponto de partida, ou estado atual, pode ser determinado através da bateria de testes e exames físicos para avaliar o condicionamento físico e saúde. Após essa avaliação é feita a periodização de treinamento com uma meta específica, por exemplo, Olimpíadas de Londres 2012. E a partir desse planejamento, é ação, treino! Durante o decorrer dos treinos há constante feedback, reavaliações e alterações se necessário. Esse é apenas um ponto de um conjunto chamado ciências do esporte.
O coaching e o esporte possuem essa semelhança de estrutura. Contudo, o coaching pode contribuir com foco e tomada de consciência para o aumento da performance. Alguns fatores favorecem a perda de foco: o tempo longo e árduo de preparação, o perfil do atleta (alguns perdem o foco com mais facilidade, e os mais jovens são mais propensos), e o real significado do objetivo para o atleta. Ninguém passa no mínimo quatro anos (um ciclo olímpico de preparação) treinando sem férias se o objetivo não for muito importante e significativo.
A tomada de consciência é algo que, particularmente, defendo que nós brasileiros devemos praticar muito. E em todas as áreas de nossas vidas. No esporte em particular é ter consciência que você é responsável pela vitória ou derrota. É ter consciência que há fatores que não estão sob nosso controle. É ter consciência de que tipos de comportamentos nos levam a onde queremos. É ter consciência do que estou pensando, sentindo e, consequentemente, agindo. É ter consciência de que já temos tudo para vencer, e que não existe na verdade vitória ou derrota. Existe apenas resultado, feedback. E o que importa é o que fazemos com esse resultado.
Talvez seja hora de recuperarmos o verdadeiro espírito olímpico vivenciado através do lema citado pelo Barão Pierre de Coubertin na abertura dos Jogos Olímpicos de 1896, o primeiro da era moderna: Citius, Altius, Fortius. Mais rápido, mais alto, mais forte. Ser mais rápido, ser mais alto, ser mais forte em si mesmo e não contra o outro.
Forte abraço!
Alexandre Nakandakari
Muito bom este artigo.
Olá Andrea!!
Muito obrigado!
Alexandre,
Muito boa a relação entre esportes e o coaching. Tudo a ver como você bem coloca. Fica até visual, no caso do esporte, o principio do coaching de ver a situação atual para a desejada. Abraços e sucesso!
Claudemir
Olá Claudemir!
Obrigado pelo feedback! É muito bom tê-lo por aqui novamente! Outro aprendizado que tive é saber manter o foco da situação desejada, mas sem perder o foco no aqui e agora, na jornada, no dia a dia! Senão, de nada adianta!
Grande abraço!