Desde cedo aprendemos na escola a buscar respostas. No colégio, no cursinho e inclusive no vestibular somos treinados a estudar para fazer boas provas entendendo a questão e, dentre as cinco alternativas, escolher a resposta certa. Mas poucos de nós foram realmente estimulados e educados a fazer boas perguntas!
Houve um tempo em que eu conduzia minha vida e minha carreira buscando achar a alternativa correta. Este é um caminho que funciona em várias situações – ele delimita, traz foco para um tema, converge para uma única alternativa, e nos traz a sensação de que estamos “no caminho certo”. Mas há momentos em que é melhor ficar com uma boa pergunta do que com a “resposta certa”. Como consultora e coach, vejo poucas pessoas que sabem aproveitar esta habilidade – o dom de fazer boas perguntas.
(Quer ler mais sobre como aproveitar o poder das perguntas leia o post : Mudando a questão)
Mas afinal, o que define uma boa pergunta?
Uma pergunta poderosa, como eu costumo chamar, é aquela que nos coloca em movimento, que nos leva para a reflexão e/ou para a ação. É uma pergunta mobilizadora, que ecoa em nós e fica ali dentro por um bom tempo.
O desafio é lidar com o “não saber” que uma boa pergunta provoca. E é justamente neste hiato de tempo que as melhores respostas emergem, e que surge o impulso genuíno para a ação. Aquela que vai fazer toda a diferença!
As perguntas que começam com “por quê” podem ser boas em diversos contextos, mas não entram na categoria das perguntas poderosas. Este é o tipo de pergunta que nos remete ao passado, às justificativas, ao julgamento, ou até à caça ao culpado. As melhores perguntas quando se deseja sair de um estado e entrar em outro patamar são aquelas que abrem possibilidades, que nos conectam com o futuro e com a capacidade de construir o novo. São aquelas que começam com como, quanto, qual, o que ou quem.
Como posso usar meus talentos para fazer dinheiro? Qual o desafio que, ao ser superado, irá me levar ao próximo patamar? O que ainda quero aprender? Quanto quero ganhar? Quem pode me apoiar neste processo?Dentro desta proposta um processo de coaching pode ser muito enriquecedor. O coach é aquele profissional que vai ajudar o cliente a fazer as perguntas certas, aquelas que o levarão para a ação, para o próximo degrau, para uma nova etapa pessoal ou profissional. Muitas vezes vejo pessoas passando por momentos de dificuldades e desafios que se prendem aos “Por quês” e com isso não saem do lugar. Neste e em tantos outros contextos, o papel do Coach é apoiar o cliente a enxergar o que ele não consegue ver sozinho e através de boas perguntas, criar energia de movimento e mudança.
Por isso, quando você estiver enfrentando uma dificuldade ou uma fase difícil, ao invés de ficar gastando horas pensando em soluções para o problema, primeiro transforme-o em uma boa pergunta! E depois identifique que atitudes irão tirá-lo desse estado e fazer o fluxo acontecer. Converse com a seguinte pergunta:
O que a vida está exigindo de mim neste momento?
Abraços,
Flávia de Paula
Administradora de Empresas formada pela FGV com especialização em Dinâmica dos Grupos. Coach formada pelo Instituto Ecosocial, tem como foco de trabalho o desenvolvimento de lideranças para o século XXI utilizando técnicas de trabalho em grupo, andragogia, facilitação gráfica e coaching. Suas motivações genuínas são o aprimoramento das relações de trabalho através do diálogo e do auto-conhecimento e a potencialização dos talentos individuais e coletivos para a auto-realização profissional.
Post originalmente publicado no site www.indike.com.br
Muito bom Flávia!
Precisamos aprender a usar as perguntas a nosso favor! Muitas vezes quando nos falam “preciso te fazer uma pergunta”, já ficamos na defensiva!
Oi Ale, segue a resposta da Flavia:
É isso mesmo Alexandre, muitas vezes o nosso foco é muito maior em falar, ao invés de perguntar e escutar. É perguntando e escutando que ampliamos nosso conhecimento e também a empatia com os outros. Fico feliz que tenha lido e contribuído com seu comentário!
Flavia, tudo bem?
Como distinguir ouvir de escutar no ambiente corporativo? Será que têm alguma importância significativa saber as diferenças?
Beijos,
Hércules
Olá Hercules, segue a respota da Flavia:
oi Hércules!
Sem ficar presa às definições conceituais e linguísticas, acredito que ouvir o outro de verdade requer ouvir com a mente e o coração abertos, sem julgamento para que seja possível prestar atenção ao que está sendo dito sem ficar pensando em como você vai se justificar ou qual a próxima frase que você vai dizer assim que ele terminar de falar. Acho que isso serve pra todos os ambientes, não só o corporativo!
Abrs,