Hoje o meu post é dedicado aos empregados domésticos do nosso país.
Ultimamente temos vivido a expectativa da nova Lei da PEC para as empregadas domésticas que entrou em vigor neste mês .
É natural que num país como o nosso, onde a mão de obra barata permite que as famílias brasileiras possam ter vários funcionários domésticos, se ressinta desta nova lei e custe a se adaptar aos novos hábitos.
Diferente de outros países, aqui no Brasil as crianças têm babás desde o seu nascimento. São elas que ajudam na criação do bebê até a adolescência. Famílias contam com serviços de cozinheiras, passadeiras, arrumadeiras, faxineiras, jardineiros e piscineiros. São eles os fiéis escudeiros da casa enquanto os patrões saem para trabalhar.
De repente surge uma lei que, aparentemente, faz desestruturar um esquema que funcionava tão bem…Mas bem para quem?
No Coaching , devemos utilizar da empatia para nos colocarmos no lugar do outro para entendermos a sua perspectiva. Foi isso que procurei fazer para compreender essa conjuntura atual.
Se invertermos a situação, conseguiremos visualizar que o funcionário doméstico também tem filhos em casa esperando pelo seu retorno, porém eles têm que trabalhar por mais de 8 horas por exigência dos empregadores. Para conseguirem pagar o aluguel onde moram, conta de luz e alimentarem seus filhos, esses empregados domésticos aceitam uma jornada maior sem opção de escolha.
Independente do custo adicional que esta lei trará, questiono o aspecto humano de tratarmos nossos funcionários com a dignidade que merecem, com horário correto de descanso e remuneração justa. Não basta darmos uma quantia a nosso bel prazer para compensar um domingo de trabalho ou uma noite de sábado para ficar com as crianças. A expressão: “ vou lhe dar um agrado, para você ficar no sábado a noite com o bebê”, reflete muito bem o estilo ainda colonial que adotamos nos nossos vínculos empregatícios domésticos. Esquecemos que esta pessoa precisa ser remunerada adequadamente por este serviço. Isto não é apenas um “agrado”, é um trabalho e portanto, precisa ser pago de acordo e de forma justa .
Uma lembrança de infância que tenho marcada na memória era um paninho de prato usado pela empregada da minha mãe onde estava escrito :
“ Na hora de comer, tenho muita companhia.
Na hora da limpeza, todos fogem. Que beleza!”
Isso retrata bem o horror ao trabalho doméstico que os brasileiros sempre tiveram por ter a facilidade de contar com funcionários em casa.
Quando morei nos Estados Unidos, lembro com satisfação de ver a minha faxineira chegando de carro para limpar a minha casa. Logicamente que eu não dispunha de seus serviços todos os dias da semana, porque financeiramente era inviável. Ela trabalhava na minha casa uma vez por semana e cumpria o seu horário como qualquer funcionário de empresa . Tinha condições de ter um carro por ser remunerada adequadamente, de acordo com os padrões americanos. Ela tinha orgulho do que fazia , não se sentia submissa por exercer um trabalho doméstico e eu a admirava por isso. Era uma relação de respeito mútuo.
Acredito que a nova lei trará mudanças significativas no comportamento da sociedade brasileira como um todo. O meu desejo é que as famílias brasileiras fiquem mais unidas exercendo as atividades da casa em conjunto . Que essas tarefas possibilitem o maior convívio familiar ao retirarem os pratos da mesa, lavar louças trocando ideias sobre o dia de trabalho. Que o banho das crianças se torne uma grande diversão em família. Que os almoços de final de semana sejam grandes competições gastronômicas. Mas acima de tudo, torço para que haja mais respeito com os trabalhadores domésticos enquanto exercem as suas 8 horas diárias de trabalho.
À propósito, dia 27 de Abril é o dia da Empregada Doméstica. Você lembrará de cumprimentá-la pelos serviços que ela presta à sua família?
Abraços,
Liana
Num primeiro momento é um susto, no segundo começa o entendimento e depois de implantar algumas mudanças, vemos que não era tão complicado assim! Li, como você diz temos que nos adapatar as mudanças que trazem beneficios para sociedade.
Esta situação ilustra muito bem a questão da empatia ( se colocar no lugar do outro) e adaptação à mudanças ( reorganizar-se sem o auxilio do empregado doméstico).
O Coaching ajuda a compreender e também a lidar com fatos rotineiros da nossa vida.
Abraços,