Em nossas vidas e carreiras enfrentamos muitas questões e situações que aparentemente caracterizamos como problemas e, como problemas, devem ser resolvidos. Por isso, partimos logo para buscar soluções. Tudo que foge do que deveria ser, provoca a busca por uma causa e consequentes ações para suspender o efeito indesejado, resolvendo assim o suposto problema. Barry Johnson, em seu livro “Gestão de Polaridades”, identifica outra categoria de situações que parecem problemas e são vividos como tal, porém jamais encontraremos uma causa ou solução, pois na realidade não podem ser resolvidos por uma ação ou decisão simples.
Existem diferenças entre um problema e uma polaridade: problemas podem ser resolvidos e existe uma solução para eles; polaridade, é um dilema que não tem uma resolução – é uma questão permanente, requer gestão contínua.
Vejam alguns exemplos de polaridades:
Acima uso tracinhos no lugar do “versus” ou “ou”, para mostrar que os polos não são excludentes.
Como fomos criados para um raciocínio binário, ou as coisas estão certas ou erradas, podemos enfrentar dificuldades para gerenciar as polaridades. Viver levando em conta as polaridades faz com que mudemos o entendimento da exclusão para a aceitação dos lados opostos dos dilemas que enfrentamos. Passamos a considerar mais o “E” ao invés do “OU”, uma vez que os dois extremos da polaridade são necessários.
Segundo Barry Johnson, “paradoxos não são para serem resolvidos, mas sim gerenciados, visando à otimização do que há de melhor de cada um dos lados, sem jamais se fixar em um deles”.
Vamos analisar um exemplo, que é relevante para a área de Recursos Humanos e para líderes de equipes: Defender os interesses da empresa – Defender os interesses dos funcionários. Para tirarmos o melhor proveito dos dois extremos desse dilema e alcançarmos um gerenciamento equilibrado dessa polaridade pode ser útil levantarmos os aspectos positivos e negativos dos dois lados da questão:
Caso a prioridade seja o polo dos interesses da empresa, provavelmente a organização terá funcionários desengajados e alta rotatividade, mas se os funcionários forem prioridade, a folha de pagamento pode ser onerada, os gastos com benefícios elevados e isso pode colocar a rentabilidade da empresa em risco.
Prender-se em qualquer um dos polos não é uma boa forma de gerenciar a polaridade, é preferível buscar uma maneira para trabalhar o máximo possível com os aspectos positivos dos dois lados. Ou seja, para buscar o equilíbrio de uma polaridade devemos minimizar os ciclos viciosos (aspectos negativos) e maximizar os ciclos virtuosos (aspectos positivos).
Nossas escolhas são fruto de nossa personalidade, necessidade e motivação. Tomar consciência profunda e completa disso pode ser a chave de nossa capacidade de administrar os paradoxos, de forma a conseguirmos conviver melhor com a falta de solução definitiva.
Saber lidar com as polaridades ajuda as empresas a tirar o melhor proveito das possibilidades que podem proporcionar a sustentação do sucesso nos negócios.
Escreva-nos contando se acredita que o conceito de polaridades pode ser aplicado em sua organização ou vida!
Abraços,
Yara Leal de Carvalho
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