No artigo anterior (Autoestima 2), o autor abordou as possibilidades de (re) construção da autoestima. Neste terceiro e último artigo da série, ele finaliza apresentando os seus pilares.
E como ela é importante!
Amor próprio, esse parece ser o imã que faz as pessoas vencerem os obstáculos que aparecem ao longo do caminho e alcançar seus sonhos. Esse imã atrai sorte, dinheiro, amor e oportunidades para exercitar os talentos. Por essas boas razões devemos saber (re)construir ou resgatar e proteger esse nosso maior aliado. Ele até pode sofrer ataques, mas se for sólido, vamos conseguir manter nosso equilíbrio.
Vamos aos Pilares:
Já sabemos (vide post “Autoestima“) que autoestima se aprende em casa. Se os pais, professores ou os adultos que cumprem essa função nos amam, respeitam e acolhem nosso modo de ser em vez de nos criticar e desejar que sejamos diferentes, a tendência é crescermos com uma autoimagem positiva. Sentindo-se amada pelo outro, ela aprenderá a amar a si mesma, e, a partir deste processo de vivência comportamental, vai se diferenciando das outras pessoas e se tornando independente: ela se ama, aprende que é bom ser amada pelo outro, mas não precisa ser amada por ninguém em particular (pois se precisasse, então, existiria a dependência). Caso contrário, a autoestima fica destruída, fica nas mãos do outro. Recuperar a autoestima na vida adulta, é possível, mas dá trabalho e leva tempo. Alguns autores afirmam que a tendência é que as marcas do passado – as idéias a respeito de si mesmo e a visão do mundo – tornem-se verdades para o resto da vida. Prá nossa sorte, com o tempo a família de origem deixa de ser nossa única referência. Podemos reformular nossas crenças com a ajuda de pessoas e assim reconhecermos nosso potencial.
Dica que pode ajudar: questione sempre as velhas crenças; cuidado com a autocrítica exagerada, seja mais generoso com você mesmo(a); converse mais com você.
Somente quem se conhece bem é capaz de construir uma autoestima elevada. Mas o que é se conhecer bem? É saber investigar com coragem seus pontos fracos e identificar e apreciar suas qualidades. O próximo passo é saber aceitar ou, tentar minimizar o que não pode ou não a pena ser mudado. Se não tivermos clareza do nosso potencial, das nossas características pessoais e das nossas competências, aí sim, ficamos vulneráveis aos outros, principalmente quanto às críticas negativas e situações de conflito. O autoconhecimento é uma condição necessária para que possamos construir estratégias para otimizar os pontos fortes e neutralizar ou minimizar os fracos, ou as nossas deficiências, como alguns preferem.
Alguns anos atrás, ouvi de uma mulher, filha de um oficial, que no exército o pai dela dizia que havia o seguinte lema: eu quero, eu posso, eu consigo. Se eu acredito que consigo dar conta, eu me aventuro mais, avanço e consequentemente aprendo mais sobre as coisas e sobre eu mesmo. A autoconfiança tem a ver com a capacidade de encontrar saídas para problemas cotidianos. Abusar da autoconfiança pode fazer com que a pessoa dê passos maiores que as pernas ou, pode cair na arrogância. Autoestima não pode ser confundida com narcisismo ou egoísmo. Gostar de si combina muito com gostar dos outros, trocar idéias em vez de tentar impor as suas.
Normalmente a maioria das pessoas demonstra insatisfação com sua aparência. E esse é um ponto que torna vulnerável a autoestima. Essa insatisfação é resultado de um padrão de beleza imposto pela nossa cultura. Quando falamos em beleza, vale lembrar dos três tipos de beleza: aquela relacionada aos traços do biotipo (rosto, lábios, medidas proporcionais etc); sentir-se bonito(a) – que está ligado à ginástica, alimentação, roupas, acessórios etc. e, finalmente, sentir-se bonito(a). Essa sim, está ligada à autoestima. Para atingir esse patamar, precisamos libertar-nos dos padrões estéticos, descobrir aquilo que nos torna únicos e aprender a valorizar os nossos diferenciais.
Eles confirmam que somos companhias interessantes, que somos importantes. As trocas afetivas com essas pessoas ajudam a reforçar o amor próprio. A presença dos amigos funciona como um sinalizador que nos diz: merecemos ser amados. Além do que, amigos normalmente nos oferecem novas perspectivas, enriquecendo nossa visão de mundo. Partilhar sentimentos, emoções é um jeito de digerir o que acontece conosco. E nada como bons amigos para nos consolar e nos fazer rir dos problemas.
A troca de afeto parece que nos inspira, tudo parece brilhar, melhora nosso pique, a pele e o humor. O contrário é verdadeiro; aquelas paixões ou “amores” que nos jogam prá baixo. Quando o outro vive criticando nossas iniciativas ou tenta nos transformar no que ele quer. Os amores construtivos surgem quando reconhecemos o nosso valor e também o do(a) parceiro(a) admitindo as diferenças sem um ter de desqualificar o outro. Quando nos tornamos boas companhias, aumentamos a chance de sermos bem amados.
Não dá prá negar que uma “lustrada no ego” funciona como um fermento para a autoestima. Quando o que fazemos é valorizado pelos outros, isso nos fortalece. Embora nossas ações devam ser aprovadas, antes de tudo, por nossa consciência, o reconhecimento externo nos conecta com as pessoas. Se faço bem feito, sou reconhecido (a). Vou tentar fazer melhor para ser reconhecido(a) novamente. Só tomar cuidado para não ficar dependente dos elogios. Tente libertar-se dos ideais de sucesso que não são seus e reconheça os próprios desejos. Admirar-se é tão importante quanto ser admirado(a).
Caso queira saber um pouco mais sobre autoestima, veja o post Como vai sua autoestima?
Fausto Duarte
Experiência de 25 anos em Recursos Humanos, nos últimos 12 anos vem atuando como Consultor no desenvolvimento e aplicação de projetos e programas de treinamento voltados para gestão de performance, mapeamento de competências e desenvolvimento de lideranças. Formado em Psicologia e Mestrado em Administração com o tema Gestão de Pessoas Baseada em Competências pela PUC/SP.