O estresse embora com níveis diferentes é sempre o mesmo! Ele é o recurso encontrado para dar conta das respostas que precisamos emitir aos desafios que temos. Sejam eles bons ou ruins. Essa avaliação é feita em consequência de nossas crenças e valores. O estresse é a resposta corporal a uma demanda, ou seja, é um resultado da química hormonal distribuída em nosso organismo, e que, por vezes, é mal distribuída. Ora adrenalina em demasia, causando agressividade desnecessária, ora o cortisol alterado, levando para um comportamento de fuga das situações.
Bem, os hormônios e nossos pensamentos, têm sua regulação mediada pela comunicação entre as inúmeras e diferentes crenças que vamos cultivando ao longo de nosso desenvolvimento.
Não que haja um determinismo das nossas crenças sobre os hormônios, mas sim, uma contínua troca de informações entre os vários sistemas, como o mental, neuronal, muscular e hormonal, por exemplo. De tal maneira que um desencadeia uma ação no mesmo instante que o outro esboçou uma mudança.
O fato é que nos momentos cruciais, que exigem decisões importantes em nosso dia a dia, essa comunicação entre sistemas determina o modo como nos comportamos.
Ao longo do tempo haverá grandes probabilidades de se formar um padrão comportamental em nós. A isso costumo chamar de “Estilo comportamental” de uma pessoa. E, essa é a forma, como podemos ligar a teoria do estresse com a da resiliência.
Falando em resiliência, ela é a capacidade de cultivarmos crenças que atribuem um significado adequado para as possíveis situações na vida, em especial, aquelas relacionadas com o estresse exacerbado. É com isso que adquirimos a condição de um estilo de vida voltado para a superação e sucesso em nossos empreendimentos.
A resiliência é a habilidade aprendida de manter um equilíbrio na aplicação de intensidades aos significados de nossas crenças, durante os enfrentamentos de adversidades.
Para desenvolvê-la é necessário aprender a cultivar a capacidade de atribuir uma intensidade adequada às convicções nas decisões de situações ou experiências difíceis. Posições muito rígidas em relação a determinados assuntos ou situações, não são favoráveis ao desenvolvimento da resiliência. Bom mesmo é ter flexibilidade para nos adequarmos às diferentes situações e sermos, portanto, resiliêntes.
Para finalizar, ressalto que a vantagem em se ter um estilo de comportamento resiliênte é que a pessoa começa a atuar como um sobrevivente em meio aos conflitos, sofrimentos e árduos desafios. Afinal, resiliência está intimamente ligada com a sobrevivência nas mais variadas dimensões da vida.
O maior ganho em cultivarmos a resiliência é que desenvolvemos maior autonomia em nossos comportamentos, gerando enormes possibilidades de sermos mais flexíveis nos conflitos e disputas.
É sem dúvida, uma capacidade muito proveitosa para pessoas e valorizada no trabalho e na vida.
George Barbosa
Pós-doutorando em Psicologia do Coaching, Diretor Técnico e Científico da Sociedade Brasileira de Resiliência (SOBRARE) e professor na Fundação Vanzolini (USP).