Acredito que não há uma pessoa neste planeta que um dia não tenha reclamado da rotina. Adoramos falar mal dela. Dizemos que ela nos escraviza, nos desgasta, nos deixa pra baixo, cerceia nossa liberdade, nossa criatividade e nossa autonomia. Ou seja, entendemos a rotina como “algo do mal” e passamos muito tempo da vida querendo romper totalmente com ela.
Até que, por iniciativa própria ou mesmo por contingências externas, podemos ficar, enfim, totalmente destituídos dela. A perda do emprego é um bom exemplo para ilustrar isso.
– “Que sensação maravilhosa”, diriam muitos. “Enfim, vou poder fazer tudo aquilo que sempre sonhei fazer, mas, por falta de tempo e oportunidade, não consegui ainda…”
A sensação inicial é, sem dúvida, de profundo alívio e posso dizer isso por experiência própria. Que coisa boa que é, pelo menos um dia, não ter rotina, pressão, cobranças, prazos etc.!
Porém, passado algum tempo e, por mais estranho que possa parecer, a falta da rotina e essa pseudoliberdade podem nos deixar perdidos, sem chão, quase sufocados com tanto ar para respirar. Maluco isso, não? Talvez… mas, nem tanto.
A Neurociência afirma que o cérebro gosta de certeza, apesar de trabalhar no caos. A certeza é, portanto, desejada pelo nosso cérebro, já que o sentimento de incerteza nos leva à dor.
Necessitamos de alguma previsibilidade para nos sentir seguros na vida. Especialistas afirmam também que quanto mais conseguimos prever o futuro, mais nos sentimos recompensados. E, ao contrário, quanto menos prevemos, mais inseguros e ameaçados nos sentimos.
Parece óbvio isso mas, quando temos uma rotina bem azeitada, independente do nosso grau de satisfação com ela, sentimo-nos melhores e menos ansiosos.
Não por acaso, muitas vezes preferimos permanecer na zona de conforto, não só por medo do desconhecido, como também pela falta de estrutura para romper barreiras e permitir que o novo aconteça na nossa vida.
Mas, como o novo sempre vem, independente da nossa pronta iniciativa ou desejo, podemos embarcar nessa onda e aproveitar a oportunidade para desenhar um novo e bom plano de vida que nos traga sentido e propósito (um bom profissional de Coaching pode nos apoiar nessa jornada).
Dessa forma, o que vamos fazer, na verdade, é identificar elementos que nos tragam alguma previsibilidade na vida, que se transformará em processo, que se transformará em rotina…
E, assim, um novo ciclo se descortina à nossa frente, acalmando, entretendo, desafiando e impulsionando para uma nova e desejada rotina.
Abraços,
Malu Sanches
Psicóloga, com especialização em Psicologia Social e do Trabalho pelo Instituto Sedes Sapientiae, onde também cursou Orientação e Aconselhamento Profissional, prestando atendimento de orientação vocacional a jovens e adolescentes na Clínica de Psicologia da PUC. Possui também MBA em Recursos Humanos, pela FIA-USP.
Executiva de RH, com vasta experiência em todos os subsistemas de recursos humanos, adquirida ao longo de 25 anos em diferentes Unidades de Negócios do Grupo Abril.
Coach em formação, pela NeuroLeadership Institute Brasil, metodologia de NeuroCoaching, RCS – Results Coaching Systems.
Cursa atualmente “Especialização em Neuropsicologia”, pelo centro de estudos de Neurologia, do Depto de Neurologia da Faculdade de Medicina da USP.
Boa tarde, Malu! Excelente reflexão. Sucesso sempre. abcs
Olá, Alex.
Que bom que gostou!
Obrigada pelo retorno e nos visite sempre.
um abraço, Malu