No começo eram as competências. Até bem pouco tempo a estratégia de desenvolvimento comportamental utilizada pelas empresas era coletiva e se concentrava na apresentação genérica de competências ao participante dos programas de modo que tivessem por si mesmos, o insight do que necessitavam desenvolver, ou pelo menos o que a empresa definia como o padrão esperado do comportamento gerencial.
As ferramentas de autodiagnostico. Com o uso das ferramentas de autodiagnostico e de 360 graus foi como se aumentasse a lente, para as pessoas verem regiões mais específicas daquelas competências, as quais mereciam suas atenções. Ainda assim, dependia muito da capacidade, disciplina e desejo da pessoa para conseguir mudanças pessoais importantes nas suas carreiras.
O surgimento do Coaching como ferramenta evolutiva. Mas foi somente através do coaching, uma lente de profundo alcance, que cada um de nós começou a perceber que nossos problemas não eram uma competência como um todo (aliás, todos nós temos partes boas e não tão boas em cada uma delas), mas na verdade um conjunto bastante específico de comportamentos. O surgimento do coaching revolucionou as estratégias de mudança pessoal porque ele passa a cuidar da pessoa (o coachee) e mais ainda, os comportamentos dela.
Fortalecimento da Consciência. Somos uma espécie privilegiada, pois o processo evolucionário humano nos deu a inigualável capacidade cognitiva e dentro dela a consciência. Todo processo de coaching se baseia no fortalecimento da consciência, Entre as ferramentas do coaching estão algumas que procuram destrinchar o comportamento em partes para se buscar suas causas e atuar sobre elas. Na verdade reproduzem os caminhos tortuosos de nossas conexões neurais. Entre elas está o modelo de Albert Ellis (ABCD) que clarifica o comportamento indesejado: parte das consequências da ação (C) sejam elas sociais ou emocionais – isto é, o quanto a pessoa sofre com o comportamento; identifica as crenças (B- beliefs) que definem o conteúdo da ação; e, depois buscam pelos estímulos (A – antecedents) que disparam o comportamento, em geral impulsivo, explosivo ou implosivo, os quais saem automaticamente e que só nos damos conta depois que ocorrem. Tendo esse material em mãos, a pessoa pode desafiar (D) a crença, em geral irracional ou inadequada para o momento, e identificar uma nova crença (F – functional) mais adequada a si mesmo, e depois treinar (E – ensaiar) novos comportamentos alinhados a ela. Obviamente, sendo o foco a mudança comportamental, o coach pode se dar por satisfeito quando logra seu intento junto ao coachee.
A genética determina comportamento. Entretanto, alguns podem se interessar em ir alguns passos mais abaixo para entender a dinâmica do nosso cérebro que leva a tais comportamentos. Nos últimos quatro anos pesquisei a história, a filosofia, as religiões, a neurociência. Mas foi quando comecei a pisar nos campos da evolução da espécie humana que me pareceu estar pisando sobre as bases, as rochas, onde está a origem de tais comportamentos. Concluí que nossa constituição biológica, genética e mental determina nossos comportamentos sociais. Enfim, a maneira como evoluímos como espécie determina o como somos e funcionamos, e mais, como formamos o nosso ambiente social.
O que pouca gente sabe é que parte dos comandos genéticos é genético-social, isto é, determinam a maneira como nos relacionamos e formamos as teias, exigências e expectativas do mundo social. E fica mais evidente a limitada capacidade de livre arbítrio da máquina genética – auto programável – que pode gerar indivíduos contraditórios, insensatos, interesseiros, hipócritas, infelizes, tiranos e submissos, etc.
A hipótese da AUTOEVOLUÇÃO. O termo foi cunhado para indicar que nosso autodesenvolvimento passa pelo controle de alguns comandos genético-sociais abrigados em nossos cérebros e determinados pela evolução. Entretanto, a mesma evolução que nos abre o caminho para o autodesenvolvimento, cria as barreiras para que ele seja alcançado.
A Autoevolução indica que precisamos nos aceitar como animais – do reino animália – dotados com capacidades cognitivas especiais, mas que, ainda está em fase evolucionária inicial – afinal o Homo sapiens tem entre 70 a 100 mil anos. Na verdade ainda não temos a capacidade de controlar todos os nossos impulsos genéticos, e quando isso não ocorre reagimos de forma primitiva como animais de menor capacidade mental.
A genética e a evolução como novas janelas de conhecimento. Se você é um coach ou um coachee significa que tem grande interesse no seu próprio autodesenvolvimento e nos dos outros. Assim, é importante cada vez mais aprofundar seus conhecimentos em questões sobre o comportamento humano.
A proposta do livro “O Executivo na Essência” é apresentar ás pessoas interessadas em seu próprio autodesenvolvimento, como a genética determina nossa maneira social de ser e agir. Disponibilizar conhecimentos e hipóteses sobre o tema e iniciar um amplo debate sobre as reais dificuldades para o autodesenvolvimento humano, bem como desafiar as pessoas a buscarem um conhecimento mais profundo de si mesmas.
Sobre lançamento do livro – O Executivo na Essência
São Paulo. 13 de junho as 19 horas na livraria Cultura do Shopping Iguatemi na Av. Faria Lima.
Rio de Janeiro, 27 de junho as 19 horas na livraria da Travessa no Shopping Leblon.
Sobre o autor
Jorge Fornari, 67, se define como um revolucionário tradicionalista, um animal em discutível fase de evolução e que agora, como avô, começa dar sinais de esperança. Fruto do sincretismo brasileiro, junta dualidades, antagonismos, paradigmas e paradoxos na busca de novos ângulos de visão da espécie a que pertence.
Num de seus melhores momentos de senilidade deixou de levar a vida tão a sério e resolveu atacar a abordagem romântica do desenvolvimento pessoal, e passou a falar o que todo mundo sabe, mas prefere não ouvir.
Foi gestor de Recursos Humanos na Telesp, CESP, J&J, e executivo na Amex, ATL/Claro, Brasil Telecom, Rede TV! e HRoil. Atua como escritor consultor, palestrante e coach através da sua própria consultoria ou associado a grandes consultorias internacionais.
É mestre em administração pela EAESP/FGV onde foi professor, bem como da ESPM, BSP, BBS. Autor do livro A Terceira Competência (2004).
Como ninguém pode ser totalmente imperfeito, também é músico.
Autor do livro “o Executivo na Essência” lançamento em Junho/2016
Jorge Fornari
jorgefornari@outlook.com
Excelente texto, onde muitos aspectos nao tenho a profundidade necessaria para opinar,mas certamente encontrarei base em seu livro que lerei com bastante atenção
Boa tarde Cesar!
Jorge pediu para transmitir seu agradecimento e espera que goste do livro e que possa contribuir com seu conhecimento!
Grande abraço!