Por acaso já aconteceu com você de querer ajudar alguém, uma pessoa conhecida e talvez até bem próxima e o “o tiro sair pela culatra”?
Temos a mais sincera intenção, uma vontade genuína de fazer o melhor para a outra pessoa e no entanto nada disso é entendido dessa forma, as vezes até pelo contrário de forma negativa e prejudicial; causando um desgaste no relacionamento ou até um conflito. Porque isso acontece?
Por uma simples razão… somos diferentes uns dos outros. Pensamos diferente, interpretamos as ideias de jeito diferente, processamos as informações que recebemos de formas diferentes, agimos em tempo diferente…
Achamos que o que a gente pensa, interpreta e processa é a maneira mais certa de se fazer, não é mesmo? E por isso queremos que o outro pense, interprete e processe como nós. Nem sempre o que achamos ser o melhor para outro, é de fato o melhor para ele!
Tudo isso acontece porque nossas experiências, nossos valores, nossas crenças, nossas emoções, nossos sentimentos, nossas memórias… são nossas e não do outro, e muitas vezes nada disso faz sentido para ele.
Posso afirmar que somos um tanto quanto egoístas quando “decidimos” que o melhor a se fazer, pensar ou agir tem de ser do nosso jeito, e este é o único jeito certo que existe.
Não é tão simples assim transformar como pensamos, mas afirmo que é possível; e para isso vamos dar uma espiada nos conceitos básicos da neurociência.
Nossos resultados vêm de nossos comportamentos. As pessoas nos julgam, nos interpretam e gostam ou não da gente pelo que fazemos ou deixamos de fazer, pelo nosso comportamento; e é assim que podemos ser observados pelos outros. Nos comportamos a partir de certezas e conhecimentos que temos dentro de nós, e esses não são vistos pelos outros. E como esses pensamentos chegaram a nossa mente? Nossos pensamentos são reflexos de nossas emoções e sentimentos; que foram gerados através do que acreditamos, do que achamos ser importante e damos valor, das experiências que vivenciamos e das memórias que temos.
Por exemplo, se um dia eu realizei um projeto e cada passo que dei foi importante para a conquista do resultado, se a forma que eu decidi agir teve um impacto positivo, se as escolhas de recursos foram assertivas, se as pessoas com quem me relacionei ajudaram e a forma e o tempo que realizei me deram o resultado esperado; certamente acharei que todos devem agir da mesma forma que agi, pois terão o mesmo resultado que tive, certo?
Errado, aquela experiência foi minha. O que eu considerava importante era importante para mim, o tempo que realizei foi o mais confortável para mim, a forma que equacionei foi a que cabia melhor para mim e as escolhas foram de acordo com o que eu acreditava. Essa forma pode servir para mim e não para o outro que acredita em outras coisas, tem outros valores, outro tempo de realização e outra forma de pensar.
Isso parece ser um tanto quanto complicado! Vamos descomplicar.
Percebemos o mundo de forma cognitiva, através dos cinco sentidos: tato, olfato, visão, audição e sinestésico. Quando sou impactado por essas informações, faço interpretações baseado em minhas experiências e memórias, nas minhas crenças e nos meus valores. Isso acontece em milésimos de segundos e geram as minhas emoções e sentimentos, que vão se projetar em meus comportamentos; e esses comportamentos é que serão observados por todos.
Nesse caso, como posso dizer ao outro o que fazer, pensar ou agir se estou vendo através de meus olhos, sentindo através de meu coração e pensando através de minha mente? O mais sábio será se perguntarmos ao outro como ele faria, pensaria ou agiria baseado em suas próprias experiências, seus valores, crenças e sentimentos. Certamente ele dirá a forma mais confortável e adequada para ele, que pode não ser a mesma para você, mas que pode chegar ao mesmo resultado.
Quanto mais nos conhecermos e entendermos como funcionamos, quanto mais nos permitirmos entender que o outro pode ser diferente e mesmo assim pode chegar ao mesmo resultado, melhor será nossa comunicação e relacionamento.
Sugiro que a partir de agora, sempre que for se comunicar com o outro, observe o que esta atrás de sua fala: suas crenças, valores, experiências e sentimentos e o mesmo faça com o outro; observe o que vem acompanhando a fala dele: qual será a crença, o que está sendo importante, o que ele valoriza e qual o sentimento que ele traz.
Se comunicar de uma forma empática, se colocando no lugar do outro e sentindo de fato o que ele pode estar sentindo, possibilita uma comunicação muito mais fluida e um relacionamento muito mais saudável; permitindo que o outro escute e entenda de fato o que você está dizendo e pretendendo.
Lucila Ferraz Marques
28 anos atuando como executiva de marketing em empresas nacionais e multinacionais como Fotóptica, Polaroid, LEGO Brinquedos, Parque Aquático Wet`n Wild SP, EF Escolas Internacionais, FAAP (professora titular de mkt), dentre outras; Coach executiva facilitadora de treinamentos corporativos, Palestrante, Colunista da revista Coaching Brasil, Diretora de Mkt da ICF SP – International Coaching Federation SP, foi Coord do Núcleo de Coaching da Integração Escola de Negócios.
Formação NLG – Neurocoaching, SBC – Sociedade Brasileira de Coaching, Antroposofia, Human Dynamics, Comunicação não violenta,Points Of You – Puncum – Inner Game International School of Coaching – INVEDA – Instituto Veda de Neurolinguistica, CENTACS – Workplace Big Five assessment e SEBRAE – Empretec.
Graduou-se e Pós Graduou-se em Marketing pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing, membro do CRA-SP – GEC (Grupo de Excelência em Coaching) – ABRH SP – ICF Global e ICF São