Até algum tempo atrás, o fato de permanecermos por longa data em uma mesma empresa ou organização, representava algo como “vantagem competitiva” para o profissional, dentro ou fora da empresa, independente se esteve no mesmo cargo ou não. O que se valorizava era a capacidade de aderir ou adaptar-se aos padrões de comportamentos exigidos nas organizações, mesmo que isto custasse abrir mão de seus sonhos, anseios e expectativas, e assim a vida profissional seguia desassociada da vida pessoal.
Ocorre que com o passar do tempo as novas gerações se diferenciam das antecessoras, por uma série de motivos, desnecessário citá-los aqui, trazendo um grande incômodo e contrapondo-se frontalmente à cultura das grandes organizações.
Fatores como este tem sido uma pedra nos sapatos dos profissionais, que abandonaram totalmente a relevância da longa permanência nas empresas, bem como para os RHs, que além de avaliarem as competências técnicas e comportamentais exigidas para o cargo, precisam fazer o do “fit cultural”, para identificarem se haverá ou não aderência deste profissional à cultura existente, o que sugere um novo desafio.
“Talvez o aspecto mais intrigante do conceito de cultura é que ele nos aponta para fenômenos que estão debaixo da superfície, que são poderosos em seus impactos, mas invisíveis e até certo ponto inconscientes… a cultura é para um grupo o que a personalidade é para um indivíduo. Podemos ver o comportamento dela resultante, mas muitas vezes não conseguimos ver as forças escondidas que causam certos tipos de comportamentos.” – Edgar Schein.
Isto tem trazido elevada preocupação para os Gestores das organizações ao ponto que, aquelas que realmente querem resistir à acirrada competição que enfrentam no cenário econômico, já admitem mexerem até certo ponto, para modernizarem suas culturas, na esperança de resistirem.
Como já dito por Darvin exaustivamente preconizados pelos consultores em Gestão Estratégica de Pessoas, não são os mais fortes ou mais inteligentes que sobrevivem, mas o que melhor se adaptam às mudanças.
Carlos Prado
Consultor RH e Especialista em Gestão Estratégica de Pessoas FIA – USP.