Um gerente que oferece uma atitude de coach, é diferente do profissional coach. O papel do último é fazer o processo de coaching. É uma ação pontual, importante e bem definida de uma função específica. Já o gerente, apresenta diversas facetas oferecendo instruções, ensinamentos, informações e orientações aos seus funcionários. Ele possui diversas funções dentro do mesmo papel e a pergunta que surge ao gerente é: “Quando ele deve ser um líder coach e quando deve gerenciar sua equipe?” Percebo que há uma certa confusão em relação a estes papeis e hoje vou explorar um pouco esta temática. Em meio a tantas características de um gestor, a atitude de coach é muito bem-vinda e pode trazer inúmeros benefícios aos funcionários e a empresa como um todo, porém pode ser também um desafio, pois nem sempre os gestores são preparados para oferecerem esta oportunidade à equipe.
O expert em coaching John Whitmore diz que coaching é desbloquear o potencial humano para maximizar a performance/resultados e dentro dos papeis de um gestor ele deve buscar este empoderamento de sua equipe, estimulando a conscientização de suas atitudes e suas próprias opiniões, buscando o que faz sentido para o indivíduo ao invés de falar o que deve ser feito e dar conselhos.
A arte de ser um líder coach está se tornando parte do ferramental de um gestor e aqui estão algumas razões segundo Mike Brett e Fiona Elsa Dent:
– Porque vivemos em um mundo que a cada dia aumenta sua complexidade, um mundo chamado de VUCA (Volatile, Uncertain, Complex and Ambiguous – Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo) temos poucas soluções claras, então a necessidade dos gerentes estimularem suas equipes para que desenvolvam mais opções e possibilidades, ao contrário de oferecerem uma única solução.
– Para ganhar vantagem competitiva. Quando produtos e serviços são cada vez mais similares, o que fará a diferença serão as novas ideias, seguidas de inovações. O líder coach contribui com seus liderados, pois estimula a busca de novas perspectivas e a autoconfiança dos respectivos.
– Porque as expectativas da Geração Y e Millennilas é diferente. Estas gerações esperam que os gerentes tenham uma postura de coach e mentor dando a direção e ao mesmo tempo liberdade para que os liderados escolham como chegar lá.
– Ajudar as pessoas a atingirem seus objetivos. Trabalhar com metas claras contribui para que os objetivos sejam alcançados e o líder coach sabe disso.
– Dar ao outro responsabilidade e propriedade sobre suas atitudes. As pessoas entregam melhores resultados e são mais comprometidas quando sentem-se responsáveis e “donas” de suas ações.
– Desenvolver suas próprias habilidades como um líder. Liderança também significa dar um passo para trás e olhar de forma estratégica, saindo da cena operacional. Seus liderados não conseguirão obter esta característica se você fizer de tudo.
– Fazer com que as pessoas pensem em si próprias e desenvolvam iniciativa. Se você é a pessoa que sempre acaba utilizando suas próprias ideias então você não deve estar encorajando sua equipe a utilizar suas habilidades ao potencial máximo. O seu trabalho deveria ser o desenvolvimento das pessoas e isto significa deixa-las contribuir com novas ideias e formas de implementação.
– Propriedade de seus atos. Como líder coach você deve trazer as questões do problema para a responsabilidade e propriedade do seu liderado oferecendo sentido as escolhas que ele fizer. Além dito, estimular a busca da solução pelo próprio profissional, trará soluções para uma base mais sustentável.
– Autonomia. Se você oferece uma atitude de coach à sua equipe e não conselhos e formas prontas de realizar uma determinada questão, você estará apoiando o liderado a aumentar sua autonomia e autoconfiança. De acordo com Daniel Pink, em seu livro Drive, a autonomia é um dos fatores engajadores e motivadores das pessoas nas organizações.
– Criatividade. O líder coach permite que as pessoas sejam mais criativas. Não há muito espaço para a criatividade se dissermos a todo tempo o que deve ou não ser feito. Criatividade e Inovação são fundamentais para um mundo VUCA.
Dentro deste contexto, se cada gestor oferecer um pouco de seu tempo para uma atitude de coach com sua equipe, ele estará ensinando-os a trilhar seus próprios caminhos e confiarem em seus passos. Durante esta trajetória é muito importante que ele esteja sempre aberto a aprender e a trocar com a equipe, pois o líder coach é parceiro. Deve oferecer suporte e compreender que errar é aprender e crescer.
Os tempos estão mudando e os gestores devem seguir estas mudanças, adicionando mais esta ferramenta às suas caixas de mestres e quando julgarem necessário, devem utilizá-la.
Fico por aqui e agradeço sua leitura.
Um abraço e boa semana,
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