Querido leitor,
Para chegarmos onde chegamos, dentro do que cada um define como sucesso, imagino que foram tentativas, atrás de tentativas para conseguir o objetivo almejado. Tendemos sempre a destacar e falar de nossos sucessos e conquistas e muitas vezes a esconder e não valorizar o custo e investimento (tempo, emocional, financeiro..) utilizados durante a jornada. Talvez não devesse ser assim.
Você já parou para pensar que todo empreendedor, executivo, poeta, pintor, cientista coleciona um número bem maior de fracassos do que sucessos?
Esta semana li um artigo antigo de Marcelo Gleiser sobre este tema, inspirado por um ensaio sobre o fracasso, publicado no “New York Times” de autoria de Costica Bradatan. Com base no que dizem estes dois estudiosos, resolvi apresentar a minha própria visão sobre – sucesso e fracasso.
Quando fracassamos? Quando tentamos fazer algo! Só isto já mostra o valor do fracasso, representando nosso esforço e determinação. Não fracassar pode representar o não tentar e o próprio medo de não buscar alternativas e possibilidades. Pode significar também permanecermos na zona de conforto, muitas vezes ficando confortáveis em nosso “berço esplendido” e julgando o que ocorre a nossa volta, mas sem tomar qualquer atitude por sentir medo de receber críticas, baixa autoestima e falta de força para dar o primeiro passo. Marcelo escreve: “Na ciência ou nas artes, não fracassar significa não criar. Todo poeta, todo pintor, todo cientista coleciona um número bem maior de fracassos do que de sucessos. São frases que não funcionam, traços que não convencem, hipóteses que falham. “
Se encontramos um gênio, alguém brilhante em nosso caminho, certamente ele passou pelas dores do processo de criação, inovação e realização. Converse com ele!
Através do fracasso, entramos em contato com nossa humildade, com nossas verdades e essência, com nossas limitações e, para as pessoas determinadas, sentem-se desafiadas, buscando aprimoramento e melhoria. Fracassar pode também nos oferecer empatia, importante habilidade para a convivência social.
Marcelo Gleiser, escreve que os melhores professores são os que tiveram que trabalhar mais quando alunos. Esse esforço extra, dimensiona a dificuldade que as pessoas podem ter quando tentam aprender algo de novo, fazendo do professor uma pessoa mais empática e, assim, mais eficiente. Sem o fracasso, teríamos apenas os vencedores, impacientes em ensinar os menos habilidosos o que para eles foi tão fácil de entender ou atingir.
Em coaching, o fracasso traz ensinamentos, novas perspectivas e olhares. Como coach, o papel é de apoiar e fortalecer o coacheeem busca de seus objetivos, estando ao lado dele durante a jornada de aprendizado e por fim, comemorando a conquista almejada.
Um ponto a atentar-se é a vaidade pessoal que pode obscurecer as memórias dos fracassos do passados fazendo com que os mesmos possam se repetir, havendo um retrocesso. A máscara do sucesso pode proporcionar este retrocesso se não estivermos atentos e conscientes de nossas atitudes e passos.
Voltando aos artigos de Marcelo Gleiser e Costica Bradatan, eles finalizam com o fracasso comum a todos nós, o fracasso biológico, a falha do nosso corpo ao encontrarmos a morte. Ter consciência de nossa finitude, em minha opinião, nos traz para o presente, nos mostra que fracassar é viver e por fim, aprender.
Boa semana e até breve.
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