Se você fez uma mudança internacional e acabou deixando a sua identidade profissional no meio do caminho, talvez seja a hora de resgatá-la e coloca-la em sua vida novamente. Você anda desmotivada, parece que está faltando algo… Quando havia trabalho, sentia-se mais completa, produtiva e as coisas faziam mais sentido em sua vida. Abrir mão de sua faceta profissional parecia ser algo interessante no momento em que decidiu pegar o avião em busca de uma nova vida para você e sua família. Mas para nós que estamos habituadas à trabalhar e sermos independentes, a vida de dona de casa e gerente da família tem prazo de validade. Trabalhar é como ter o tempo para nós, naquilo que nos preenche e nos sentimos valorizadas e produtivas. Trabalhar nos traz aumento da autoestima, autoconfiança e independência (financeira e psíquica).. mesmo que o valor monetário não seja o mesmo que você tinha em seu pais de origem, mas ter o seu próprio dinheiro é importante para quem sempre esteve habituada a esta liberdade.
Trabalho como coach profissional, com mulheres que por alguma razão não colocaram na mala da mudança as suas carreiras ou até colocaram, mas as perderam entre filhos, fraldas, a casa, atividades extra escolares e afins..
Um dos principais desafios em uma mudança internacional é a dificuldade de manter a sua identidade profissional ou da sua carreira. Geralmente a perda desta identidade, é seguida pela diminuição de autoconfiança e autoestima. Ter uma ociosidade forçada pode ser difícil de se lidar e sem algo interessante e com propósito para fazer é fácil você se estressar e ficar até triste.
Compartilho algumas falas de minhas clientes … pode ser que você já tenha pensado também desta forma ou esteja neste momento:
“Me sinto perdida e sem propósito profissional.. isto se mistura com minha vida pessoal.”
“Eu não tinha ideia como minha autoestima estava conectada à minha carreira.”
“Sou dependente de outra pessoa, me sinto vulnerável”
“Perder meu trabalho, é como se eu perdesse minha autoestima. Houve um desequilíbrio na minha relação. Me sinto muito estressada.”
“Por não conseguir seguir em minha carreira, me sinto uma cidadã de segunda classe. Me sinto excluída, cansada e não reconhecida.”
“Me sinto impotente e invisível.”
“Amo meus filhos e marido, mas ainda me falta algo…”
“Não me sinto valorizada com minha vida doméstica, embora saiba da importância de meu papel.”
Ao pensar assim, você está vendo o “copo meio vazio”. Que tal olhar para estas perspectivas como um “copo meio cheio” que lhe traz oportunidade para desenvolver algo novo e aprender novas habilidades para sua carreira que agora pode ser portátil, criando satisfação em acompanhar seu parceiro. Carreira portátil? Sim, é aquela carreira que a gente leva em qualquer lugar que estivermos.
Geralmente nós buscamos equilíbrio entre vida pessoal e profissional e, se você é mãe, a importância deste equilíbrio fica ainda mais em evidência. A carreira portátil pode ser uma boa possibilidade onde se consegue levar às duas vertentes.
Ela é baseada em nossas aptidões, habilidades e paixões. Se você ainda não pensou nesta perspectiva, talvez seja a hora de investir em você e começar do começo, fazendo uma autoanalise sobre seus talentos, pontos fortes e o que te oferece prazer enquanto realiza tal atividade. Deixe seu julgamento de lado, pois você que é uma engenheira de formação (por exemplo) pode se perceber com habilidades para jardinagem, culinária, línguas, ensinar o próximo, terapia corporal, terapia holística, coaching e assim vai. A vida em outro país e/ou contexto nos oferece estas oportunidades de experimentar novas aptidões e pode ser que a gente se descubra em meio delas, nos oferecendo talvez uma oportunidade profissional, por que não? É preciso coragem em olhar-se, mente aberta ao desconhecido, aceitação de diferentes oportunidades e acolhimento de si dentro destas novas descobertas. Não tenha medo, ouse e busque novos horizontes profissionais para você. Se você consegue buscar perspectivas para os filhos e marido, por que não usar este seu talento para você mesma?
Existe uma boa fórmula que trabalho em meus atendimentos que é composta por 3 partes:
DENTRO DE VOCÊ + FORA DE VOCÊ = POSSIBILIDADES
Primeiro olhar para si, um trabalho profundo de autoconhecimento, depois ao entorno para verificar as possibilidades que te rodeiam e que talvez ainda estejam escondidas, esperando o momento certo para chegarem até você e depois misturar estes achados e criar uma carreira que esteja alinhada com seus valores, aspirações e o que te preenche e realiza.
Você não está sozinha, quantas mulheres fizeram o mesmo movimento e eu mesma me incluo nesta onda. Passei pelos meus momentos de resgate profissional quando desembarquei em minha nova vida. Embora estivesse na mesma área profissional, tive que me reinventar quanto à forma e conhecimento de novas dinâmicas para alavancar meu trabalho. Tive que ajustar as velas de meu barco em direção ao meu novo objetivo profissional. Além de toda adaptação doméstica e familiar que tive e ainda tenho que administrar quando o assunto passa pelo meu trabalho e carreira. É um movimento totalmente diferente de quando eu vivia no Brasil com todo um apoio logístico e emocional. Por isto que precisamos ter uma mente aberta e ser tolerantes conosco. Se o modelo mental para operar numa nova realidade não faz uma atualização de sua nova versão, a resistência sempre estará lá nos impedindo de seguir em frente e evoluirmos.
Se você ainda não tem objetivo profissional ou tem ideias no ar, tateando este assunto, não tem problema. Já é um bom começo. A ideia é ir atrás deste objetivo, se redescobrir em uma nova vida e agir, dando um primeiro passo a reinvenção profissional. Vamos?
Lembre-se: os problemas que enfrentamos hoje para achar nosso caminho profissional, podem ser uma oportunidade disfarçada. Pense nisto!
Ótima semana e até breve
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