É como uma página em branco quando mudamos. Como esta que escrevo agora. Não há limites e há espaço para preencher da forma que mais fizer sentido. Às vezes é difícil… Até encontrar o real sentido, pode levar um certo tempo. Não sabemos por onde começamos, mas sabemos que queremos. O querer nos impulsiona e pode parecer aleatório no início, mas aos poucos o formato vai surgindo e conseguimos achar nossos caminhos.
Uma das questões é que o nosso caminho nem sempre é o primeiro da lista de prioridades e vamos deixando de lado. Este deixar de lado pode nos distanciar de nós mesmas e aos poucos podemos perder as nossas referências pessoais e profissionais. É um desafio recomeçar, mas uma das belezas deste movimento que pode acontecer em nossas vidas é olhar para estas situações que podem ser por muitas vezes adversas e encontrar oportunidades. A primeira destas oportunidades pode ser a de se reconectar com a nossa essência e a partir dela ir traçando os caminhos que levam ao que nos preenche em âmbito pessoal e profissional.
Outro dia li um artigo excelente sobre a vida das pessoas que acompanham seus parceiros nas missões internacionais. Morar fora requer muito de uma pessoa. Não é apenas procurar uma casa e escola para os filhos. É muito mais. As mudanças e desafios estão em todos os níveis da vida de quem muda de seu pais e cidade de origem e todos que passam por esta experiência precisam se reinventar e terão suas vidas transformadas (na minha visão para melhor) com grandes realizações e esforços.
Então, no final do dia, a maioria dos cônjuges expatriados enfrentam um momento crítico em sua jornada de expatriados: ou se sentem derrotados e perdem a confiança em suas habilidades e valor ou assumem seu destino em suas próprias mãos, fazendo com que tudo funcione, tornando-se mais fortes do que nunca.
E como fica a carreira destas pessoas?
Ter uma carreira é muito mais do que o salário ou o número de membros da equipe que você está gerenciando. No final, projetar uma carreira é um processo muito individual, onde todos devem trabalhar em seus próprios interesses. De acordo com o modelo de âncoras de carreira de Edgar Schein, todos nós definimos uma carreira de sucesso de forma muito diferente quando refletimos honestamente sobre nossas motivações, interesses e valores. Para alguns, uma carreira de sucesso implica tornar-se especialista em um campo, onde, para outros, é responsabilidade de gerenciamento. Alguns estão buscando a independência, onde os outros estão se esforçando quando desafiados pelo desconhecido em uma base frequente.
Quando discutimos o fim abrupto de uma carreira linear de parceiros de expatriados, tendemos a esquecer que há muitas outras dimensões além da consistência ou do poder de crescimento exponencial dentro de uma organização. O truque é “sair da caixa” e explorar a própria definição de uma carreira de sucesso.
Não estamos nos aproximando de um sistema mais aberto e complexo, em que apreciamos a diversidade em vez da uniformidade? Nômades digitais nos mostram como uma carreira pode se tornar portátil. Algumas profissões são tão novas que ainda não podemos estudar, mas aprender em movimento. As tarefas de gerenciamento estão ficando muito mais complexas e é tudo sobre como (HOW), em vez do que (WHAT). Uma mudança de profissão ao longo de sua carreira está se tornando a nova norma, interrompendo a percepção de idade, experiência e o valor da estabilidade.
A autora ainda escreve sobre o porque um parceiro/a de um expatriado deveria ser contratado. Olhe que bacana:
“Caros empregadores, quando você procura pessoas com uma lista interminável de soft skills e uma compreensão inestimável da cultura e conectividade global, contrate cônjuges de expatriados!
Procurando por alguém que se encaixe em sua equipe? Pegue um cônjuge de expatriados, que ganhou inúmeras medalhas de ouro por adaptabilidade e integração.
Precisa de alguém que resolva problemas antigos com novas soluções? Leve os cônjuges de expatriados que aprenderam que, para o mesmo problema global, há toda uma lista de diferentes abordagens locais. É como um PhD sendo orientado a soluções.
Procurando por alguém que não está perdendo tempo com o julgamento, mas vai se concentrar em questionar o status quo, acrescentando novos insights? Você sabe com quem falar …”
Esta lista poderia continuar, como bem escreve a autora do artigo e nós, parceiros de expatriados, trazemos uma qualificação única. Nenhuma universidade no mundo poderia nos ensinar o que aprendemos no exterior. Faça uso disso! Nós incorporamos uma nova força de trabalho global que não apenas está ansiosa para contribuir, mas também traz um mundo totalmente novo para a empresa. Não se trata de jogar fora nossa carreira, mas de enriquecer nossas vidas e usar oportunidades.
E assim vamos construindo nossos caminhos em páginas em branco a cada mudança que vão se preenchendo com o colorido de cada experiência. A beleza do currículo de uma pessoa expatriada é único e suas experiências devem ser valorizas. E antes que qualquer empregador às valorize, você mesma deve compreender esta beleza e perceber o brilho e valor que ela tem. Somente assim, você conseguirá encantar e contagiar às pessoas que cruzam o seu caminho pessoal e sobretudo profissional.
Vamos em frente
Ótima semana,
Caso queira ler o artigo no qual me inspirei para escrever hoje, acesse www.sharethelove.blog
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