Será que aquilo que sempre acreditei pode ser um fator limitante para o meu desenvolvimento em terras distantes? Você já ouviu falar sobre crenças subjacentes?
Uma crença subjacente é uma ideia, pensamento ou suposição que percebemos como absolutamente verdadeira. Muitas vezes é moldada durante a nossa infância. Nossas memórias e experiências desempenham um papel enorme na formação dessas crenças. Elas são chamadas de crenças “subjacentes”, pois na maioria das vezes não são conscientes em nossa mente. Elas são subjacentes aos pensamentos automáticos. São regras, padrões, normas, premissas e atitudes que adotamos e que guiam a nossa conduta (J. Beck, 1995) – encontram-se presentes em inúmeras, se não em todas, as situações existenciais.
Uma crença subjacente pode ser uma coisa boa e de apoio, fornecendo-nos uma estrutura que nos dá segurança. Para muitas pessoas, sua crença religiosa pode ser uma estrutura que lhes dê orientação e conforto. No entanto, há muitas vezes crenças subjacentes que não nos servem e realmente nos impedem de alcançar nossos objetivos. Elas, às vezes, podem diminuir nosso horizonte e as oportunidades que vemos para alcançar nossas metas.
No mundo profissional dos cônjuges de expatriados, muitas vezes uma crença subjacente pode limitar o desenvolvimento das ambições profissionais e possíveis experiências neste campo. Quando pensamos que só se pode encontrar satisfação ao obter uma autorização de trabalho ou que você só vai encontrar um emprego quando se é 100% fluente na língua estrangeira isto pode ser uma armadilha que pode gerar um bloqueio. Influências externas tais como declarações não-filtradas pela sociedade ou experiências próprias, nos asseguram que apenas existe uma verdade e um único caminho para nos desenvolvermos profissionalmente nos impedindo de pensar em um trabalho criativo. Crenças subjacentes podem funcionar como um bloqueio para a mente, levando-nos a apenas uma solução possível, que é provavelmente a mais difícil, em vez de pensar em alternativas. O processo de coaching ajuda na busca de novas perspectivas e caminhos, desbloqueando as crenças limitantes e apoiando o cliente em aproveitar o seu potencial em um novo contexto. É uma caminho de descobertas e possibilidades.
Exemplo de crença subjacente quando acompanhamos o parceiro que já realiza a mudança de pais com uma oportunidade de trabalho:
“Eu não tenho as qualificações de trabalhar neste país nem sou fluente o suficiente na língua para seguir uma carreira. “
Este pensamento é muitas vezes moldado pela nossa experiência anterior e como definimos uma carreira para nós mesmos. Para muitos de nós, uma carreira é frequentemente associada a funções de grandes responsabilidades, gerenciamento de equipes, empregos em tempo integral, descrição de cargos bem definidos, estar em um escritório, receber um salário igual ou acima ao que recebia em meu pais de origem… Como consequência, a barreira de entrada no mercado externo parece inacreditável e talvez inaceitável. Com estas premissas, o processo de candidatura pode ser muitas vezes frustrante e cheio de contratempos ou, em casos extremos, ele nunca sairá da dimensão dos pensamentos e, consequentemente para a ação.
Nesse caso, pode ser um bom exercício perguntar-se:
Isso é realmente verdade?
Uma carreira só é definida por isso? Como ela pode ser definida?
O que mais é importante para mim no trabalho?
Poderia haver outros pontos de entrada, como um estágio?
Há talvez uma crença subjacente de que um estágio é apenas para jovens profissionais e que isso seria um grande revés para minha carreira?
Como essa crença me ajuda ou me impede de conseguir um emprego?
Preste atenção em si para detectar suas crenças subjacentes!
O coachingé uma ótima maneira de detectar as crenças que não estão nos servindo. O coachpode detectá-los apenas ouvindo seu tom, observando sua linguagem corporal e suas palavras. No entanto, se você quiser refletir por conta própria, há alguns sinais que você pode prestar atenção em sua narrativa.
Frequentemente, as crenças subjacentes são mostradas quando:
Usamos a narrativa como “Eu realmente deveria / preciso …” sem nunca realmente pensar e agir sobre isso.
Usando declarações muito certas e categóricas como: “Isso não sou eu”, “Eu não posso fazer isso”, “Eu não sou boa nisso” sem realmente refletir sobre o que fala.
Dizer “tentei algumas vezes, mas nunca consegui” – pergunte-se por que isso pode acontecer. Qual poderia ser a verdadeira crença subjacente
Sabotar a si mesmo assistindo TV o dia todo e surfando nas redes sociais ao invés de se candidatar a vagas de emprego.
Como questionar suas crenças subjacentes?
Existem quatro perguntas básicas que você pode usar para descobrir se existe uma crença subjacente em jogo e, em caso afirmativo, como você pode trabalhar nisso:
É verdade? Pergunte a si mesma essa pergunta simples e dê um pouco de espaço antes de se apressar em um rápido sim.
Você pode absolutamente saber que é verdade? Desafie a crença!
Como você reage, o que acontece quando você acredita nesse pensamento?
Como essa crença influencia suas ações em encontrar sua identidade profissional no exterior?
Como isso muda seu plano de ação para o dia?
Como isso influencia a maneira como você se vê e se apresenta aos outros?
Quem você seria sem o pensamento?
Imagine como sua vida se pareceria sem essa crença. Como você agiria? Como você começaria o dia? Que energia seria desbloqueada? Quais seriam os seus passos de ação então?
Quando as crenças subjacentes não estão nos servindo, elas levam a uma mentalidade fixa. Isso leva a um conjunto limitado de possibilidades para estruturar sua vida no exterior. Uma mentalidade fixa centra-se nas coisas que NÃO são possíveis, em vez de promover um pensamento criativo e aberto ao novo que está em seu entorno.
Espero que esse post tenha ajudado em sua jornada de questionamento profissional encontrando caminhos neste campo. Desejo que tenha liberado e tocado alguns pensamentos para reflexão e abertura ao novo em busca da felicidade em sua carreira onde quer que você esteja neste mundo.
Tenha uma ótima semana e até breve,
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