Muitos líderes reconhecem que o coaching é mais do que uma coleção de técnicas efetivas. Esse reconhecimento os levou a lutar por uma cultura corporativa que refletisse uma mentalidade de coaching, oferecendo conversas abertas e genuínas.
Recentemente li um material muito interessante do CCL (Center for Creative Leadership) sobre a cultura de coaching que as organizações tem adotado e hoje, me inspiro neste material para escrever este post. A cultura e suas expressões moldam a prática e o ambiente emocional em que trabalhamos e influencia as formas pelas quais as organizações alcançam seus objetivos.
Mais poderosa que a estratégia e mais persistente que a visão, a cultura de uma organização afeta quem fica, quem sai e como lidamos uns com os outros.
Afinal, o que é Cultura?
A cultura organizacional é expressa nas regras (principalmente não escritas) sobre como nos comportamos, comunicamos, nos relacionamos e pertencemos ou não. Eles são experimentados nos julgamentos que as pessoas fazem a respeito de quem “se encaixa” dentro daquele ambiente específico. Cultura é o peso das normas de um respectivo grupo e sua identidade, padrões de ritual e hábito, julgamento compartilhado e é vivida nas mínimas interações que temos uns com os outros em todos os momentos no ambiente de trabalho.
Uma cultura de Coaching está pautada na verdade e na coragem, porque uma mentalidade de coaching exige comunicações honestas que evitem alienar e desencorajar as pessoas. Líderes com habilidades de coaching podem envolver as pessoas, falando a verdade e provocando o engajamento daqueles que os rodeiam.
Na ausência de uma cultura aberta e genuína, a verdade muitas vezes não é dita e a mudança poderá só ocorrer na eminência de uma crise.
O coaching é mais conhecido como um serviço profissional onde o coach provoca reflexões através de perguntas ao seu cliente, oferecendo uma filosofia de mudança, realização e bem-estar. Além de questionamentos, os coaches incentivam a exploração de possibilidades, habilidades de escuta e feedback bem desenvolvidas.
Uma visão de coaching que inspira descoberta, reflexão e persistência
em outra pessoa, oferece aprofundamento e um significado mais amplo às percepções do cliente fazendo com que o mesmo entre em contato com seus valores, pontos fortes e potenciais, criando autoconfiança e resultados mais sustentáveis nos objetivos desejados.
Consistentemente, as qualidades associadas ao coaching, tais como autoconsciência profunda, interesse genuíno, questionamento aberto e escuta, são as que nos energizam e geram criatividade e comprometimento.
Parte do poder do coaching é que ele fornece um mecanismo para os líderes equilibrarem o racional com a consideração pelo clima emocional daqueles que lideram. Através de conversas de Coaching é possível tocar o indivíduo internamente e fazê-lo refletir, podendo gerar a mudança quando a conversa faz sentido ao mesmo. O coaching nunca engana os outros sobre as consequências de suas ações, escolhas e relacionamentos. Coaching é descobrir toda a verdade, enfrentar as questões difíceis e criar um espaço libertador para melhorias.
A cultura de coaching não é apenas “fazer coaching”. É ter as conversas que normalmente não acontecem – em funções de todos os níveis – para garantir que entendemos e possamos atuar de maneira a ampliar a colaboração, o acordo e o alinhamento. Não se trata apenas da troca entre coach e coachee, mas também de como todos na organização interagem uns com os outros em suas conversas cotidianas.
Para tornar isso mais explícito, vamos primeiro descrever diferentes tipos de situações em que o coaching pode ser valioso. Estes não são programas, mas ilustrações de como uma mentalidade de coaching molda muitos tipos de conversas necessárias para culturas organizacionais vibrantes. Vamos chamar essas expressões práticas da cultura de coaching.
Para deixar claro para atuar como líder Coach, consideremos vários modos de prática. São situações em que uma abordagem de coaching pode gerar valor:
Coachingon the job
Mesmo uma conversa que dura 30 segundos ou 2 minutos pode ser moldada por uma mentalidade de coaching. Começa com o envolvimento da outra pessoa para entender e ouvir seu pensamento. Quando um líder faz uma pergunta que não pode ser respondida “sim” ou “não”, a troca pode se tornar produtiva. Em uma cultura dominada por uma mentalidade de coaching, os líderes transmitem seu compromisso de entender o ponto de vista e as intenções dos outros. Estas conversas são cotidianas e ocorrem nos corredores e em salas de toda a organização. Elas podem ocorrer entre colegas de uma mesma equipe direta ou entre colegas que trabalham juntos em equipes multifuncionais/projetos. O foco geralmente é nas reflexões sobre as soluções de problemas momentâneos em relação ao desempenho, relacionamentos e engajamento de uma forma geral.
Coaching Gerencial
Abordagens de coaching podem ser usadas para tornar conversas gerenciais normais mais produtivas. Planejamento de carreira, revisões de desempenho, escopo de trabalho e assim por diante – quando o pensamento de coaching é incorporado, estes se tornam momentos mais colaborativos e abertos, oferecendo espaço para co-criação de soluções.
Conversas de Mentoria
Alguns programas de mentoria destinam-se apenas a transmitir conhecimentos de funcionários mais experientes para os mais novos, mas mesmo nesses casos, um mentor que procura compreender o que o aprendiz já sabe e já utiliza, gera valor através do pensamento em conjunto e da exploração de alternativas.
O coaching executivo é a versão mais conhecida do coaching formal. Frequentemente é caracterizado por sessões programadas com um profissional treinado ou credenciado. No coaching formal, os papéis de coach e coachee são claramente identificados. O programa ou sessão deve oferecer metas formais estabelecidas pela empresa e pelo coachee. Os coaches profissionais podem ser profissionais internos ou externos.
Coaching de Equipe
O coaching não é apenas um processo individual, mas também pode moldar como as equipes funcionam.
A ênfase está no uso de práticas efetivas de aprendizado e aplicação em grupo. Envolve assegurar que os grupos abordem o porquê e o como de suas dinâmicas, impactando nas decisões e estratégias predefinidas.
É provável que à medida que surjam mais culturas de coaching, haverá muito mais cenários nos quais as habilidades de coaching serão utilizadas. É útil notar que todas essas situações, formais ou informais, envolvem algo comum: melhores conversas entre os indivíduos.
Suponho que se você está lendo este artigo é porque acha que o coaching pode ter algo importante para contribuir com a maneira que se relaciona em sua organização. Além disso, assumo que você está esperando explorar se valeria a pena dedicar tempo e energia à difícil tarefa de levar sua cultura em direção a um conjunto de práticas mais criativas, inspiradoras e energizantes.
Em meu próximo post escreverei sobre certas suposições equivocadas que algumas pessoas expressam sobre a cultura de coaching e como você pode planejar mudanças importantes em sua cultura corporativa.
Até lá,
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