Contexto
Conhecer, aprender, estudar, evoluir são palavras chaves no mundo atual, mundo esse onde a mudança é uma constante.
Para explicar esse fenômeno o vocabulário militar americano (Army War College – USA) traz o conceito do mundo VUCA* – que monstra a realidade caracterizada por quatro forças:
Volatility – ritmo acelerado de mudança.
Uncertainty – conhecimento sempre incompleto e dificuldade de prever o futuro com base no aprendizado passado.
Complexity – dificuldade para compreender ou prever os resultados da interação diferentes componentes em uma mesma situação.
Ambiguity – dificuldade para estabelecer relações claras e unânimes entre causa e efeito ao analisar um fenômeno.
Frente a esse cenário os profissionais precisam estar em constante desenvolvimento, aprendendo e reaprendendo, sempre!
A abordagem da Gestão do Conhecimento vem ganhando força no mercado e no meio acadêmico e empresarial.
Diferentes formas de conhecimento
Sabedoria popular ou conhecimento empírico: é um conhecimento de senso comum, que pode ser passado de uma geração para a outra, que é baseado na experiência e na observação. Por exemplo o conhecimento de uma avó sobre chás com ervas que podem aliviar alguns males.
Conhecimento científico: é construído por meio de levantamento de hipóteses e posterior estudo e pesquisa que procuram comprovar ou refutar as hipóteses levantadas.
Conhecimento filosófico: foi construído por meio da capacidade do ser humano de pensar refletir sobre o mundo a sua volta. Apesar de ser de natureza racional não busca a comprovação científica, pois seu objeto de estudo não se constitui de coisas materiais.
Conhecimento tácito: conhecimento subjetivo e individual e particular de cada indivíduo, é adquirido ao longo da vida e de difícil expressão em palavras.
Conhecimento teológico: é o baseado na fé religiosa, uma crença que não precisa de comprovação.
O conhecimento encontra-se em todo lugar, não apenas nos documentos, livros e bases de dados, ele engloba todas a experiências humanas acumuladas até esse momento. Todos os tipos de conhecimento têm o seu valor e servem a algum propósito dentro das sociedades.
Auto responsabilidade na construção do conhecimento
As pessoas que fazem parte das gerações que convivem hoje dentro das organizações foram acostumadas a ter uma postura mais passiva frente ao conhecimento, esperando que os professores ou especialistas ensinem. Muitos resistem à necessidade de serem mais proativos na aprendizagem.
Aulas expositivas, dão uma sensação de segurança, contudo somente quando vão precisar usar ou aplicar o conhecimento é que se darão conta que pouco ficou internalizado.
A postura autônoma gera maior participação, motivação e dedicação por parte de quem busca o aprendizado. Aqui o aprendiz não é um mero receptor de conteúdo. Ele não apenas escuta, é diretamente responsável pela sua própria aprendizagem.
Isso não significa que buscar informações com um especialista sobre o tema estudado deva ser deixado de lado, muito pelo contrario depois de ter ido atrás do conhecimento ativamente, podemos aproveitar melhor a contribuição de um conhecedor do tema.
O papel do facilitador
O facilitador atua dentro de um conceito construtivista, em que apoia o grupo na percepção dos elementos que constroem o movimento do grupo e permeiam a situação em foco de maneira investigativa. Muito diferente de ser aquele que acumula o saber, o facilitador colabora para que o saber do grupo emerja e possa apoiar a evolução rumo aos objetivos.
É relevante que o perfil do facilitador inclua características como: flexibilidade (para lidar com as diferentes personalidades dos participantes), capacidade para ouvir (entender, aceitar as contribuições e ajudar a estabelecer conexões), firmeza (para manter o grupo na trilha do objetivo), percepção aguçada (para identificar a evolução e movimentos do grupo e fazer intervenções, quando necessário) e entusiasmo (para elevar a energia, motivação e clima favorável ao aprendizado).
Aprendizagem ativa
Conjunto de técnicas pedagógicas que tem como preceito que aluno não deve ser meramente um recebedor passivo de conhecimento, mas engaja-se ativamente na busca de aprendizado, indo atrás do conhecimento de forma autônoma.
Abaixo algumas técnicas de aprendizagem ativa:
Grupos de estudos – pessoas se reúnem para estudar um tema de interesse comum e podem ou não eleger alguém para facilitar o estudo e o funcionamento do grupo.
Sala de aula invertida – É uma forma de ensino onde a lógica da organização de uma sala de aula é invertida. O aluno pesquisa os temas de forma virtual e na sala de aula já com informações vai interagir com o professor e demais alunos, para tirar dúvidas e ampliar o conhecimento.
Problem-Baseed Learning – estudo direcionado com base em problemas que devem ser solucionados.
Peer Instruction – aprendizagem em duplas. Aprender com a interação e troca com um par.
Competências do aprendiz autônomo
No mundo em que vivemoso processo de aprendizagem ativa que coloca o aluno como protagonista, é uma forma de estar em constante evolução e ganhando rapidamente o conhecimento necessário para progredir na carreira e mais ainda, estar preparado para o trabalho do futuro.
Abaixo algumas competências importantes do aluno autônomo:
Colaboração: saber trabalhar em equipe, compartilhar experiências e aprendizados e abertura a conviver com pessoas diversas.
Pensamento crítico: questionar, aprofundar informações. Buscar fontes diferentes e compará-las.
Curiosidade: vontade de ampliar conhecimento e saber mais sobre os assuntos de interesse.
Autoconhecimento: conhecer suas próprias habilidades e características, contribui para identificar quais as melhores formas de adquirir conhecimento.
Projetar o futuro: olhar para o seu próprio futuro e o futuro do mercado para escolher para onde vai direcionar seu aprendizado.
Liderança: postura de líder na busca dos recursos para construir seu próprio conhecimento.
Benefícios da aprendizagem ativa
Maior engajamento do aprendiz
Maior retenção do aprendizado
Aprendizado mais dinâmico
Conclusão
Buscar seu próprio conhecimento é uma forma ativa de garantir que você estará preparado para alcançar seus objetivos, sem depender das escolas formais ou da empresa onde trabalha. Aprender e estudar exige iniciativa, vontade e tempo de dedicação.
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