O que são e qual a visão histórica do entendimento das emoções
As emoções são as respostas que nosso corpo apresenta para adaptar-se aos acontecimentos. Elas nos ajudam a sobreviver e enfrentar desafios, pois põem nossa atenção em alerta e motivam nossas ações.
Segundo o neurocientista António Damásio, as emoções são um conjunto das respostas motoras que o cérebro provoca no corpo como resposta a algum evento. Já os sentimentos são sensações mais privadas e profundas, que se passam internamente. Emoção é um conjunto de respostas neurais, e emergem quando o cérebro recebe um estímulo externo. O sentimento é nossa resposta às emoções e está relacionado a como nos sentimos em relação às emoções. Como esses dois conceitos estão muito relacionados, uma vez que a emoção gera um sentimento e em seguida um sentimento pode disparar outra emoção é importante termos consciência de como reagimos a cada emoção.
Historicamente algumas teorias vem tentando explicar como as emoções funcionam, abaixo algumas delas:
Teoria James-Lange – as emoções são consequência da nossa tomada de consciências de respostas corporais a estímulos – exemplo: nosso coração dispara com a aproximação de um estranho suspeito aí percebemos que estamos com medo.
Teoria Cannon-Bard – os estímulos é que desencadeiam respostas fisiológicas e simultaneamente as emoções – exemplo: com a aproximação de um estranho suspeito o coração dispara e ao mesmo tempo temos medo.
Teoria Schacter-Singer – as emoções se compõem de dois fatores: excitação física e um julgamento cognitivo. As experiências emocionais precisam de uma interpretação da excitação. Exemplo: a aproximação de um estranho pode provocar uma excitação, mas essa pode ser interpretada como medo numa rua escura e como alegria numa festa onde você tivesse a expectativa de conhecer gente nova.
Atualmente a maioria dos pesquisadores acredita que as emoções também envolvem a cognição – ou seja a razão e a emoção não são concorrentes ou entidades separadas.
O papel das emoções
As emoções tem um papel importante e essencial na adaptação social. Elas marcam eventos importantes em nossa vida, influenciam nossa capacidade de resolver problemas, determinam como reagimos aos acontecimentos, dão colorido as nossas interações sociais e impactam nosso bem-estar físico e mental.
Emoções básicas
As emoções básicas ou primárias são inatas e todos nós as possuímos independente da nossa cultura ou da sociedade de que fazemos parte. Essas são as emoções que Darwin cita e atribui uma importância adaptativa e evolutiva. São elas: alegria, tristeza, nojo, raiva, medo e surpresa. Por outro lado, as emoções secundárias são impactadas pelo contexto social, são aprendidas durante nosso desenvolvimento – alguns exemplos, orgulho, culpa e vergonha. Ter orgulho dos diplomas acadêmicos conquistados pode ser justificável em algumas sociedades, mas nas tribos indígenas, talvez não signifiquem nada.
O cérebro e as emoções
O sistema Límbico é o conjunto de estruturas responsável por nossa experiência emocional.
Além disso o córtex pré-frontal exerce um papel importante na regulação emocional.
Nossas funções emocionais e racionais, quando estão funcionando em equilíbrio, podem atuar de maneira complementar e apoiar o controle o autocontrole.
A parte todo o processamento fisiológico das emoções que ocorre no sistema límbico, a regulação emocional, ou seja, como as emoções impactam o nosso processo decisório, isso tem o envolvimento da área do córtex pré-frontal do cérebro. As funções executivas que envolvem planejamento, controle inibitório, tomada de decisões, vão ajudar a compor nosso nível de inteligência emocional.
Inteligência emocional
Segundo Peter Salovey, inteligência emocional é a habilidade de perceber, expressar, entender e regular as emoções:
Perceber as emoções: perceber e identificar as emoções em suas diferentes formas de expressão. Isso depende um pouco do repertório emocional de cada um.
Entender as emoções: saber o que cada emoção significa, tanto as minhas como as dos demais. Envolve autoconhecimento e empatia.
Regular emoções: frente aos acontecimentos da vida, saber desenvolver estratégias para lidar com os mesmos, usando as emoções como fator motivador. Maneira de desenvolver respostas mais adaptativas.
Algumas estratégias possíveis:
Mais algumas estratégias práticas para não perder a cabeça
Aprender a lidar com nossas emoções é uma questão de ampliação do autoconhecimento, um investimento de tempo que pode trazer bons resultados na administração da vida.
Bibliografia
Lent, Roberto – Cem Bilhões de Neurônios? – Conceitos Fundamentais de Neurociência – Editora Atheneu – 2010 – São Paulo
Myers G. David e Dewall Nathan C. – Psicologia – Editora Gen – LTC – 2019 – Rio de Janeiro
Webb. Caroline – Como Ter um Dia Ideal – Editora Objetiva – Rio de Janeiro – 2016
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