Em tempos de confinamento, refletir sobre meus papeis e responsabilidades tem sido um exercício diário. Tenho notado que a autoconsciência e de meu entorno tem sido cada vez maior. Tenho feito meditações para ter esta consciência e captar cada vez mais os sinais que me rodeiam e como posso lidar com eles da melhor forma. Gosto de realizar estes exercícios comigo e indicar aos meus clientes quando necessário. Atualmente, o contato está mais intenso com meus sentimentos e tenho notado que se eu mudo a minha perspectiva frente à eles, me torno mais ágil emocionalmente.
O que é agilidade emocional?
Uma alternativa para agir motivado pelos próprios sentimentos seria a capacidade de perceber e sentir os próprios sentimentos sem ter que agir sobre eles. É exatamente isso que a agilidade emocional descreve. Pode nos dar controle sobre quem queremos ouvir em uma determinada situação – mente ou emoção.
A agilidade emocional pode ser treinada como qualquer outra habilidade. Um possível exercício que nos conecta mais à nossa parte em nossos sentimentos é uma mudança de perspectiva, tirada da Comunicação Não-Violenta de Marshall B. Rosenberg.
Simplesmente mude a perspectiva
Assim que um sentimento nos atinge, tendemos a relacioná-lo a fatores externos, em vez de levar o sentimento para nós mesmos. Isso leva a pensamentos como ‘Eu sinto … porque VOCÊ …’ ou ‘Eu sinto … porque ELE / ELA…’. Esse tipo de pensamento pode nos impedir de lidar com nossos próprios sentimentos de maneira responsável. Se é culpa de alguém que me sinto assim, como posso mudar alguma coisa?
Em vez disso, tente chegar a um acordo com o pensamento ‘eu sinto … porque eu …’. Fico com raiva porque estou com um orçamento apertado e não sei o que fazer. Porque estabeleci um prazo muito curto para a minha tarefa. Porque estou com fome (às vezes a solução pode ser bastante trivial).
Na prática: Emoções no Trabalho
Os sentimentos também desempenham um papel importante na vida profissional, gostemos ou não. Eles podem vir sobre nós e nos forçar a adaptar nossas ações, atrapalhar nossa racionalidade ou tornar-se um importante catalisador para as decisões. Medo ou raiva, por exemplo, são forças poderosas que pedem mudanças. A alegria é um bom sinal para manter o status quo ou fortalecer mais o que já é bom.
Se realmente queremos ser bem-sucedidos, também devemos prestar atenção aos nossos sentimentos. Pense em um determinado gerente que “explode” de raiva durante uma reunião. Aqui a raiva se mostra como uma força desequilibrada, que precisa ser regulada e de atenção. Em vez de se comunicar com clareza, no entanto, a raiva sai indiscriminadamente do gerente. Ele joga energia ao seu redor e não alcança nada, exceto que a equipe está alienada ou em choque.
Você acha que ele jogaria sua raiva assim se ele mudasse a perspectiva e pensasse que era responsável por isso?
Na prática: Emoções em Casa
O mesmo vale para a vida pessoal. Em tempos de pandemia, as emoções estão à flor da pele por aqui. Já estamos à 44 dias em confinamento e o convívio familiar tem sido intenso. Muitas vezes este turbilhão acaba “explodindo” e fazendo esta reflexão e exercício consigo me acalmar e me perceber. Além de uma boa conversa para me colocar em relação ao como estou me sentindo em determinada situação.
Convido você a fazer este exercício e lhe pergunto: o que você acha dessa forma de mudança de perspectiva? O que você acha que aconteceria se você tentasse treinar a forma de lidar com seus sentimentos? E o que ajudaria você?
Tenha uma ótima semana e seguimos em casa por aqui.
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