Competitividade, mercados instáveis, conhecimento e produtos ficando obsoletos rapidamente, são algumas das variáveis que forçam empresas à adaptação contínua.
Para se tornar competitiva e sustentar essa condição, uma empresa demanda comportamentos desafiadores e ousados que impulsionem a inovação, o crescimento e o desenvolvimento contínuo de soluções com potencial para gerar valor agregado.
Diante deste cenário, é crescente o interesse das empresas por profissionais que cuidem de seus postos de trabalho como se cuidassem da sua própria empresa. Alguns chamam essa conduta de “dor de dono”, que também é sinônimo de intraempreendedorismo.
Pessoas que apresentam essas características como componentes do seu “DNA- Comportamental”, demonstram também outros comportamentos que são comuns nesse perfil. Destacam-se: capacidade de tomar riscos; foco nos resultados; rapidez e facilidade em lidar com incertezas; perceber e aproveitar oportunidades; agir com autonomia e com elevada dose de iniciativa; ser criativo e inovador. Certamente estes não são todos os elementos que descrevem um empreendedor, mas são essenciais.
Para as empresas, reter intraempreendedores pode ser uma forma de criar diferencial competitivo, gerar inovação e sustentar sua posição frente aos desafios do mercado.
No entanto, é importante considerar a necessidade de manter um ambiente propício ao melhor aproveitamento desses colaboradores. Vale lembrar que pessoas empreendedoras são também autônomas, independentes, autossuficientes e competitivas. Em geral, sua forma de expressão é firme, objetiva e direta. São impacientes, intolerantes, tensos e ansiosos.
Esses componentes comportamentais são favoráveis à organização, seja pela agilidade que proporcionam às decisões, pelo rápido e forte enfrentamento das dificuldades, ou ainda pela criação de soluções e pronta ação. Por outro lado, existe grande probabilidade de que esse conjunto de características, se não forem bem administradas e dosadas, sejam também fonte de problemas nos relacionamentos interpessoais. Essa é uma condição que, em geral, causa efeitos nocivos aos resultados.
Algumas ocorrências comuns nesse sentido passam por exemplos como: lideranças inseguras, que se sentem ameaçadas pelo risco de perda de poder ou de posição, quando o intraempreendedor é seu subordinado; conflitos decorrentes da excessiva competição ou disputa de espaço entre pares intraempreendedores, quando estão no comando de áreas distintas da organização; equipes desmotivadas ou insatisfeitas com posturas muito duras e autocráticas da liderança, quando o intraempreendedor é o comandante do time e não desenvolveu habilidades para lidar com as diferenças individuais.
Para minimizar o desgaste natural e a consequente perda de potencial que é gerada nesses casos, a alternativa é promover o desenvolvimento de inteligência social. Isso corresponde a estimular a expansão de autoconsciência, ou seja, ampliar o reconhecimento do indivíduo sobre si e sobre os impactos que seus comportamentos causam no ambiente. Paralelamente, estimular o reconhecimento de padrões de comportamentos diferentes dos seus e igualmente importantes para a organização.
Para quem deseja desenvolver um perfil que se aproxime das características de um intraempreendedor a sugestão é demonstrar interesse por novidades, procurar fazer coisas diferentes do que é habitual e trazer para dentro da empresa algo que ainda não exista. É importante manter-se atento aos acontecimentos, identificar oportunidades e experimentá-las. Em resumo: é preciso arriscar, quebrar paradigmas, ousar, pensar e agir de forma diferente. Consciente de que os erros poderão acontecer, mas são os propulsores da aprendizagem.
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Izabel Cristina de Aquino Folli