Consultor, Autor e Palestrante, expert em Conflitos de Gerações, Geração Y e Z, desenvolvimento de Jovens Potenciais e Mentoria. Autor de vários livros sobre Liderança e dos best-sellers da série Geração Y.
Formado em Marketing e Administração de Empresas,
Foi executivo e diretor em instituições Financeiras e fundador dos sites Achei!! e Zeek! até a venda da empresa para a StarMedia Networks, o primeiro negócio envolvendo a transferência de controle de capital em empresa de internet realizado na América Latina.
É atualmente presidente da Sidnei Oliveira & Associados, Vice-presidente do Instituto Atlantis de preservação ambiental e membro do conselho de administração da Creditem Cartões de Crédito e e do Fórum de Líderes Empresariais.
É também articulista e colunista na Exame.com, onde reflete com jovens potenciais e especialistas, questões sobre Carreira, Relacionamentos e Estilo de Vida dos Jovens Talentos de todas as gerações.
Eu comecei muito cedo na vida profissional, com 14 anos já estava trabalhando num banco. Trabalhei muito e com 28 anos eu era diretor. No Banco sempre pautei meu trabalho por inovação e rapidamente me aproximei por coisas que estavam no nascedouro. Então comecei a escrever e publiquei livros sobre o que seria o Banco do futuro, como seriam as relações de trabalho.
Decidi com um amigo meu abrir um site de busca. Depois de 20 anos no Banco, sai e fui fazer a internet. Trabalhei nessa empresa até 2001, e lembrei de quando tinha lançado os livros e pensei que poderia pegar essas ideias, minha trajetória e ser consultor.
Consegui um parceiro que tinha acabado de sair do trabalho, na área de RH. Abri com ele programa de consultorias e de liderança. Comecei a construir minhas teorias e a perceber eco fora do Brasil.
Escrevi o livro Geração Y , que deu um pouco mais de sustentação ao assunto. À medida que isso começou a dar eco nas empresas, começamos a falar de sucessão, retenção, engajamento.
Comecei a entrar de uma maneira mais consistente dentro das organizações. Nos últimos 3 anos a coisa engatilhou e hoje tenho programas dentro das empresas. Hoje eu estou me especializando para entender a cabeça do jovem.
Questão de Coaching: Como fazer para manter o interesse da Geração Y pelo trabalho dentro das empresas?
Sidnei Oliveira: Ainda não existem fórmulas mágicas e infalíveis, contudo se observa que usar de FLEXIBILIDADE e INOVAÇÃO são formas de criar novos processos que permitam explorar melhor o potencial da Geração Y. Um processo que precisa ser melhor assimilado nas empresas também é a ACESSIBILIDADE que é disponibilizada para os jovens. Eles atuam totalmente conectados e cada vez mais através de REDES SOCIAIS. Ampliar o acesso do jovem a estas ferramentas é absolutamente prioritário nos próximos anos.
O papel do gestor é trabalhar a interação entre veteranos e jovens para que ambos se beneficiem das contribuições que cada geração pode dar, bem como avaliar modos de trabalho, como horários flexíveis, possibilidades de home office, bom ambiente de trabalho, projetos inovadores, além do auxílio no desenvolvimento da trajetória profissional com reconhecimentos e feedbacks constantes para o melhor aprendizado.
Questão de Coaching: O que podem fazer pais e gestores para minimizar as angustias e ansiedades dos jovens em relação ao trabalho?
Sidnei Oliveira: Os pais e gestores devem zelar pelos valores humanos dos jovens e dar referencias pessoais sem a expectativas que eles sigam estas referencias. Por exemplo: uma coisa muito pouco eficaz é dizer a um jovem Gen Y, que “quando era jovem” também sentia coisas semelhantes, por isso optou por algumas escolhas. Este tipo de argumento costuma ser bastante fraco, pois o cenário do “quando era jovem” certamente era completamente diferente do atual.
Uma alternativa a esta questão é se colocar na situação atual do jovem e imaginar – com toda experiência acumulada – como você se comportaria nesta realidade, por mais estranha e absurda que possa parecer.
É importante lembrar que o mundo está bem diferente e muito mais competitivo que no passado. Um jovem de hoje, não consegue nem se qualificar como candidato a uma vaga de emprego de qualidade se não tiver um curso superior, falar uma língua estrangeira e tiver completo domínio do computador e internet. Isso certamente não era necessário ha 20 anos, quando os atuais pais, professores e gestores eram jovens.
Questão de Coaching: Quais as orientações que você considera fundamentais para os jovens da Geração Y?
Sidnei Oliveira: Creio que existem algumas competências que o jovem precisa desenvolver com mais intensidade para ser bem sucedido em suas escolhas:
Paciência e Estratégia – o jovem deseja e pede feedback de todas as suas ações, contudo esta busca de reconhecimento constante, afeta seu desempenho e seu foco nos objetivos, principalmente quando ele desenvolve com impaciência.
Foco em Inovação – buscar a mudança é uma característica desta geração e um de seus principais instrumentos são os questionamentos, conduto se isso ocorre sem uma estratégia na forma de apresentar suas perguntas, é possível que os questionamentos sejam confundidos com confrontamentos, que bloqueiam qualquer possibilidade de mudanças e inovações.
Resiliência – muitas vezes considerada destrutiva nas organizações, uma vez que coloca dúvidas sobre modelos e padrões estabelecidos. Esta expectativa precisa ser entendida, não como uma liberação insana e irresponsável , mas sim, como uma busca de flexibilização, cuja melhor manifestação é a informalidade.
Foco em Resultados – esta geração tem foco em resultados desde a primeira vez que aprendeu a brincar com videogames. Os jovens gostam de saber seus resultados e gostam de compartilhar. A armadilha se instala quando a competitividade destrói os valores e os resultados são alcançados no melhor estilo CQC ( custe o que custar).
Questão de Coaching: Qual o maior desafio de integração entre as varias gerações?
Sidnei Oliveira: Os conflitos geracionais acontecem devida as mudanças na expectativa de vida da população e na velocidade que cada geração reage as transformações da atualidade, principalmente as tecnológicas. Esses conflitos trazem muitos desafios para os relacionamentos, pois há diferenças de estilo, ritmo e expectativas entres as gerações.
O maior desafio é o de lidar com estes conflitos refinando a comunicação e conscientizando ambos os lados de que há contribuições mútuas.
Questão de Coaching: Como a geração Y está se preparando para assumir o papel de líder substituindo as demais gerações?
Sidnei Oliveira: Aproximadamente 20 % dos líderes nas empresas já pertencem a geração Y ( fonte – Hay Group ) e são formados por jovens com elevada qualificação acadêmica ( graduação, MBAs, inglês realmente fluente, etc ), mas com pouca formação em gestão de pessoas. O conhecimento tácito, adquirido com a experiência funcional e o total “foco em resultados”, ainda faz com que o líder da Geração Y seja visto como “sem tato” por sua equipe.
O líder da geração Y ainda precisa aprender a lidar com os relacionamentos interpessoais usando “ferramentas analógicas” como conversas, olho-no-olho, etc. e não apenas através dos instrumentos virtuais que ele domina com facilidade.
A transição é possível desde que seja reestabelecido o diálogo além de ser criado um novo papel para os líderes atuais que é o de líderes educadores que possam auxiliar os jovens a encontrarem seu caminho e assumirem suas escolhas ( boas e ruins ), dando a oportunidade destes jovens cometerem os próprios erros e crescerem com eles, somente assim estaremos preparando a próxima geração de lideres e que certamente farão escolhas que afetarão a todos nós.
Questão de Coaching: Que mensagem final você gostaria de deixar aos nossos leitores?
Sidnei Oliveira: Vivemos um tempo onde as conexões assumiram conceitos sociais profundos e onde se buscou o desenvolvimento de ferramentas que permitissem suprir a intensa expectativa por comunicação e relacionamento. Os jovens que nasceram neste período tiveram o privilégio de desenvolver uma grande intimidade com toda tecnologia de conectividade e portanto se apresentam muito mais preparados para extrair todo potencial deste novo comportamento. Isto é, na maioria das vezes, associado a melhor desempenho e produtividade. Chegou o tempo da transformação dos conceitos!
Vejam o vídeo com Sidnei falando suas projeções para o futuro: