Chega de preguiça!

Outro dia, durante uma sessão de Coaching, minha cliente disse o seguinte:

“Gostaria tanto de acordar uma hora mais cedo para ir para a academia, mas não consigo. Pois sou preguiçosa…”

Segundo o dicionário Léxico preguiça é “Inclinação para evitar trabalho ou qualquer coisa que exija esforço”. Ou seja, é aquela falta de vontade que tem um certo ar de “malandragem”. Porém, apesar de usarmos esta palavra no dia a dia, é importante sermos cautelosos quando julgamos alguém preguiçoso ou a nós mesmos, pois podemos fazer uma análise simplista e perder a oportunidade de resolvermos o real problema.

É natural sentir preguiça. Todo mundo já sentiu preguiça para levantar da cama num dia frio ou realizar um trabalho chato. Porém, quando justificamos constantemente a nossa falta de realização dizendo que somos preguiçosos, de certa forma, estamos tirando a responsabilidade e a autonomia de nossas mãos. Pois é como se tivéssemos um defeito de personalidade em que não há nada a ser feito. Podemos cair em duas grandes armadilhas:

1- Ao nos intitularmos preguiçosos estamos nos colocando um estigma e automaticamente fazendo uma profecia autorrealizável. Ou seja, sem perceber, agimos a fim de confirmar nossa profecia, realizando ainda menos.

2- O “eu sou preguiçoso” se torna uma desculpa generalizada e pouco analítica. É uma análise simplista, que evita que investiguemos mais a fundo o porquê que está faltando motivação para realizar tal tarefa.

Geralmente, existe uma causa por trás da preguiça. E é importante investigarmos o que está acontecendo para conseguirmos achar soluções e sermos mais eficientes naquilo que desejamos realizar.  Abaixo seguem alguns motivos comuns por trás da preguiça:

– Ter um sistema de organização falho: Saber se planejar pode ser um grande desafio e exige um constante aperfeiçoamento. Talvez não conseguimos realizar, pois temos dificuldade em nos organizarmos de forma eficiente e medir os resultados.

– Falta de motivação: Quando temos um objetivo e motivação é muito mais fácil realizar e não sentir preguiça. Quando sentimos muita dificuldade em realizar tarefas, vale a pena rever nossos motivos e fazer os ajustes necessários para voltarmos a ter motivação.

– Expectativas errôneas:  Com frequência temos uma expectativa irreal sobre nossa performance. Acreditamos que deveria ser fácil ir trabalhar, estudar, aprender línguas, ler livros, encontrar os amigos, etc. E que “não fazemos mais que nossa obrigação” em acordar uma hora mais cedo para ir à academia.  Porém, na hora da execução nossa energia e disposição não condiz com a nossa expectativa.

– Dificuldade em estabelecer prioridades: Dormir até mais tarde ou ir à academia de manhã? Este é um clássico exemplo em que temos dificuldade em estabelecer prioridades. Todos nós sabemos que é importante se exercitar. Porém, acordar mais cedo exige diversas concessões. Por isso, ao invés de assumirmos que nossa prioridade é dormir até mais tarde, acreditamos que é ir na academia, mas que somos preguiçosos.

Enfim, estas são apenas algumas das razões que podem estar por trás da preguiça. No caso da minha coachee, foi um conjunto destes motivos acima.

Vale ressaltar que o mesmo vale para o julgamento que fazemos dos outros. Se achamos que alguém é preguiçoso, perdemos a chance de entender o que está por trás daquele comportamento e ajudá-lo a de resolver o problema.

Analise com cuidado qual o real motivo por trás da preguiça. Este questionamento poderá lhe trazer informações preciosas sobre o problema e consequentemente identificar possíveis alternativas.

Uma ótima semana e Sucesso,

Bruna Lauletta

bruna@questaodecoaching.com.br