É possível e vale a pena (re)construir a auto estima?
Dando continuidade à série de publicações sobre Autoestima (Auto estima: a origem), apresentamos a sequência do artigo anterior onde o autor abordou a origem deste tema.
Primeiro precisamos estar convencidos da resposta: vale a pena? Prá que tudo isso? A falta de amor próprio é uma característica histórica do brasileiro. Martin Sorrell, empresário inglês, proprietário da WPP – considerada a maior agência de publicidade do mundo – em uma de suas vindas ao Brasil, em 2002, afirmou: “Os brasileiros são muito bons, muito criativos. O problema é que sofrem de falta de autoestima”.
Pesquisa da International Stress Management Association no Brasil apontou em 2009 que 59% das pessoas no país têm pouca confiança em si. Uma série de estudos aponta que, quem tem baixa autoestima acaba atropelado pelo ritmo do mundo moderno, ou reage com violência às frustrações, ou mascara a insegurança com símbolos de status. Um desses estudos, indicando as evidências positivas da autoconfiança reforça essa tese. Uma das mais recentes é da Universidade da Califórnia, publicada em agosto de 2009 no Journal of Personality and Social Psychology, onde os pesquisadores comprovam que pessoas com baixa autoestima estão mais sujeitas à depressão. Esse estado emocional pode levar a resultados que vão de um simples incômodo para a pessoa até distúrbios mentais graves. Antigamente se acreditava que o fato da pessoa se estimar significava arrogância. Muitas empresas já entenderam a importância de reforçar a confiança dos funcionários. Perceberam que o assédio moral – quando há ameaças e humilhações – só resulta em queda de rendimento e pessoas infelizes. Pessoas felizes geram um bom ambiente de trabalho. Pesquisa do Hay Group constata que ambiente bom prá se trabalhar (clima bom) responde por 30% dos resultados da empresa. Pessoas felizes são comprometidas e apresentam melhor produtividade. Um estudo da Case Western Reserve University revela que, quando são demitidos, funcionários com boa autoestima culpam menos a crise e não sentem raiva e pânico. A autoconfiança em si não vai excluir tristezas e erros. Ajuda porém a lidar melhor com as adversidades, analisar os problemas, aprender com eles e seguir em frente. Portanto, sabemos hoje que esse estado emocional é uma necessidade de sobrevivência e mais do que isso, para que tenhamos uma vida equilibrada, com qualidade.
Uma primeira boa notícia é que as novas gerações não querem o stress que consumiu seus pais. Ou as empresas mudam, ou não conseguirão atrair e/ou reter os bons profissionais.
A segunda boa notícia é que, segundo alguns especialistas, o velho e bom conselho ainda funciona: olhar-se no espelho e descobrir como melhorar a sua autoestima. Prá começo de conversa, essa já é uma notícia boa, saber que podemos enxergar nosso valor e (re) construir nossa autoestima; todos podemos – se quisermos – chegar lá.
O primeiro passo para resgatar a autoestima é estar disposto a fazer uma autoanálise. A proposta do exercício de se olhar no espelho, e fazê-lo com sinceridade, é para você observar-se e perguntar: “que características minhas que eu gosto”? “O que eu tenho de coisas boas”? “O que eu tenho de melhor”? “Que partes do seu corpo você gosta”? “Você consegue se lembrar de cinco amigos (não colegas de trabalho)”? “Olhando a minha história de vida, que situações eu já enfrentei, que problemas/dificuldades eu já superei”? Lembrando que a busca do autoconhecimento também pressupõe reconhecer com honestidade os nossos pontos fracos e erros.
O segundo passo – lembrando que os passos são cumulativos, não são excludentes – quem nos dá a receita é Gisela Rao (publicitária que se propôs a vigiar suas atitudes durante 365 dias. A ideia rendeu um livro e um blog). Mais do que tentar (re) construir a autoestima, é preciso saber cuidar dela. Os três conselhos abaixo, segundo a autora – e por experiência própria – já mudam a vida:
Um leitor pergunta: mas qualquer um consegue fazer isso? A escritora responde: “eu era qualquer um”!
Fausto Duarte
Experiência de 25 anos em Recursos Humanos, nos últimos 12 anos vem atuando como Consultor no desenvolvimento e aplicação de projetos e programas de treinamento voltados para gestão de performance, mapeamento de competências e desenvolvimento de lideranças. Formado em Psicologia e Mestrado em Administração com o tema Gestão de Pessoas Baseada em Competências pela PUC/SP.
E para saber mais sobre auto estima também temos esse post: Como vai sua auto estima?