Se você é um profissional de RH com certeza tem ouvido essa afirmação com frequência e na maior parte das vezes como uma queixa, até mesmo dentro da própria organização em que trabalha.
Mas o que é ser estratégico? Será que as próprias empresas que pedem esse tipo de atuação sabem dizer exatamente o que esperam do profissional do RH e será que dão espaço para que tenham este tipo de posicionamento?
E os profissionais de RH? Sabem o que é ser estratégico? Buscam este espaço dentro de suas organizações?
Ao mesmo tempo em que as empresas pedem uma atuação estratégica suas cobranças, em geral, são extremamente operacionais. Nem sempre o RH está presente nas reuniões estratégicas, onde se tomam as principais decisões de negócios. Quando buscam o RH em geral é para reclamar de erros de contratação, alto turn over, absenteísmo elevado, demora no preenchimento de vagas, como se tudo isso fosse apenas responsabilidade da área de RH. Algumas empresas ainda não compreendem que a gestão de pessoas envolve todos os níveis da organização e que muitos dos problemas apresentados estão relacionados à própria cultura da empresa e à forma com que seus valores são praticados e disseminados, gerando insatisfação por parte dos profissionais, perda de talentos e até mesmo dificuldades de contratação. O RH precisa saber para onde a empresa caminha para desenvolver programas e adotar ações alinhadas a essa visão.
Por outro lado, nem sempre os profissionais de RH estão preparados para apresentar uma atuação mais estratégica. Para isso precisam conhecer o negócio e o impacto que os recursos humanos têm sobre os resultados da empresa. A criação da posição de Business Partner é uma tentativa de resolver esta questão. Porém criar a posição e não preparar o profissional para exercê-la não resolverá o problema. Não adianta dizer que é parceiro do negócio se não souber apoiar o cliente não só nas ações do dia a dia em relação à sua equipe mas também demonstrar que conhece o negócio, apresentar recomendações e sugestões para contribuir com os resultados das áreas e trabalhar com indicadores que consigam tornar objetivos os resultados das ações de RH.
Já houve grandes avanços sim nessa área. No passado nem mesmo existia a Diretoria de RH e a área subordinava-se em geral à Diretoria Administrativa ou Financeira. Hoje, na maior parte das empresas essa posição existe, já tem cadeira nos comitês de direção e seus profissionais buscam ter uma atuação mais focada no relacionamento com os clientes, como consultores internos ou business partners, mas ainda há um caminho a ser trilhado para o alinhamento de suas ações com as estratégias da empresa.
O perfil do profissional de RH também vem passando por grandes transformações. Até os anos 80 a maioria destes profissionais era formada por psicólogos e tinham uma formação focada na operacionalização de processos seletivos, avaliação de desempenho, programas de treinamento além da utilização de testes psicológicos e dinâmicas de grupo. Pouco se abordava sobre o ambiente organizacional e de como a gestão de pessoas poderia impactá-lo. O foco era a pessoa e muitas vezes se esperava que o RH fosse o “protetor” dos funcionários frente às injustiças ou exploração no trabalho.
Atualmente não há mais exigência deste tipo de formação e os profissionais provêm de diversas áreas incluindo Engenharia, Tecnologia, entre outros. Conhecer o negócio, ter habilidade em gestão, saber estabelecer parcerias, ter foco no cliente interno e entender o papel das pessoas dentro das organizações passaram a ser o perfil esperado, independente da área de formação.
O profissional de RH precisa mostrar-se preparado para entender os desafios do negócio e contribuir com soluções e a empresa como um todo precisa estar aberta para receber as contribuições destes profissionais e enxerga-los como parte da solução e não do problema. Trabalhando em conjunto, com respeito e maturidade com certeza todos na empresa sairão ganhando e os resultados estratégicos serão fortemente impactados de maneira positiva.
Para ler mais sobre este tema acesse os links abaixo:
https://qdc.yaraleal.com.br/2014/09/01/qual-necessidade-rh-hoje/
https://qdc.yaraleal.com.br/2014/12/01/design-thinking-inovacao-para-rh/
https://qdc.yaraleal.com.br/2014/12/08/prever-cenarios-o-rh-sabe-fazer-isso/
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