Um dos principais motivos que levam as empresas a uma crise é o endividamento.
Muitas vezes este é fato gerador da crise, pois compromete diretamente a receita e o fluxo de caixa, deixando a empresa em situação muito delicada.
Realizar uma captação não necessariamente é sinônimo de administração de baixa qualidade, pelo contrário! Pode ser contratada e administrada de forma inteligente.
Para isto, o conhecimento torna-se a principal ferramenta de auxílio. Saber a real necessidade da empresa, reconhecer a contratação do empréstimo como investimento ou auxílio no fluxo de caixa e então negociar uma condição adequada com a instituição que gera o recurso – como taxa e garantia contratual – é mandatório para a saúde financeira de qualquer companhia.
Mas como realizar tal análise? Vamos discutir desde o início as etapas existentes para contratação de uma correta captação.
Primeiro estágio: O reconhecimento da necessidade de um empréstimo.
Saber o real motivo da necessidade de capital é mandatório. Toda captação de recurso deve refletir uma necessidade. Uma empresa pode necessitar de uma linha para fluxo de caixa quando por exemplo seu prazo médio de recebimento é maior do que seu prazo médio de pagamento, ou seja, quando ela fornece um prazo de pagamento a seu cliente superior ao prazo de pagamento que possui com seus fornecedores. Outro exemplo corresponde à necessidade de investimento como aquisição de algum equipamento, construção de uma fábrica, aumento de sua frota, aquisição de imóveis entre outros. Ou ainda quando ocorre uma condição especial de algum fornecedor para aquisição de matéria prima e a empresa não possui recurso disponível em caixa.
Segundo estágio: Calcular o retorno do valor captado.
Saber o prazo que o valor captado será recuperado e de que forma. Seguindo os exemplos anteriores, se a necessidade de capital é de curto prazo, no exemplo em que a empresa paga seus fornecedores antes de receber de seus clientes; possuir um crédito em forma de limite para suprir tal cenário e elaborar uma margem sobre os juros cobrados torna-se uma excelente decisão. Se o objetivo for investimento, calcular o período de retorno do valor captado também é de fundamental importância. Lembrando que este foi realizado com o propósito de aumento em sua capacidade operacional.
Terceiro estágio: Buscar a correta modalidade de empréstimo.
Reconhecer a melhor alternativa de acordo com a real necessidade da empresa. Ainda utilizando os exemplos anteriores, para suprir a ausência de capital no fluxo de caixa por um curto período, um limite rotativo representa uma boa alternativa. Para investimentos como aquisição de máquinas, frotas ou ampliação de fábrica, um empréstimo de longo prazo representa uma correta decisão pois o objetivo neste exemplo corresponde ao aumento da capacidade operacional e consequentemente crescimento no faturamento e tal investimento pode e deve se pagar. O BNDES é uma excelente opção com taxas atrativas em modalidades em longo prazo. Sua atuação consiste em atender a produção nacional e a lista de operações atendidas é extensa.
Quarto estágio: Cotações
Buscar as melhores condições no mercado. Isto representa o contato com as instituições financeiras para expor as necessidades e obter as condições por parte de cada instituição. Neste momento, analisar as melhores taxas juntamente com a correta composição de garantia contratual representa a última e mais importante etapa do processo. Os bancos realizam empréstimos para as empresas podendo estruturar como garantia o aval dos sócios, as duplicatas emitidas, aplicações financeiras, imóveis, frotas, recebíveis oriundos de vendas com cartão de crédito. Como estas informações podem ajudar na escolha? A resposta corresponde às taxas e ao cenário atual de cada empresa! As chamadas garantias reais (imóveis por exemplo) assim como aplicações financeiras são vistas como fortes garantias por parte dos bancos e podem gerar uma redução de taxas nas operações pleiteadas. Posteriormente os recebíveis (duplicatas e cartões) são os mais negociados, porém o cuidado neste caso representa o percentual atrelado às operações. As instituições podem estruturar contratos com 50% a 120% de garantia sobre as operações. Exemplo: Para um capital de giro de valor R$ 100.000,00, onde a composição de garantia cobrada seja de 120% de duplicatas, a empresa para obter o crédito mencionado, deve disponibilizar R$ 120.000,00 em duplicatas. Por último a garantia de aval representa a modalidade com taxas de juros mais altas no mercado além de elevado percentual ligado ao contrato.
Existem diversas modalidades oferecidas pelas instituições financeiras. Porém o princípio é: necessidade de uma análise para uma contratação correta e coerente, que se molde à atual condição da empresa e que esteja em conformidade com o propósito ou necessidade.
Reforço que o conhecimento é a principal ferramenta para auxiliar este processo. Possuir suporte de um profissional que o obtenha torna-se um diferencial na tomada de decisões corretas minimizando riscos à saúde financeira.
Marcos Garcia,
Sócio da Somiar Consultoria que atua em quatro pilares de grande importância para empresas: Auxílio na captação de recursos, ajudando a analisar e escolher a correta modalidade de operação de crédito para cada necessidade. Planejamento Financeiro e Estratégico onde a atuação está voltada à implantação de um controle financeiro e análise para redução de custos e otimização de receitas e também na Reestruturação de dívidas.
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